Netanyahu ameaça Hamas com "consequências inimagináveis" se não libertar reféns

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ameaçou hoje o Hamas com consequências que o movimento islamita palestiniano "não pode imaginar" se não libertar os reféns israelitas detidos na Faixa de Gaza.

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© RONEN ZVULUN/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
03/03/2025 17:14 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Digo ao Hamas: se não libertarem os nossos reféns, haverá consequências que não podem imaginar", declarou Netanyahu a partir da tribuna do Parlamento em Jerusalém, durante uma sessão que foi particularmente agitada, nomeadamente por familiares dos reféns que o vaiaram antes de serem retirados pelos seguranças, numa altura em que o futuro das tréguas em Gaza entre Israel e o Hamas parece incerto.

 

Por outro lado, Netanyahu acrescentou que "chegou a hora de dar ao povo de Gaza a liberdade de partir", depois de elogiar o plano de Trump, de expulsar os palestinianos de Gaza como uma "visão corajosa".

Com a guerra em Gaza, salientou, "os ricos foram-se embora, mas os pobres ficaram e estão sujeitos à autoridade do Hamas, que os explora para os seus próprios fins", disse Netanyahu. 

"É altura de dar ao povo de Gaza uma verdadeira escolha, é altura de lhe dar a liberdade de sair", acrescentou, sem dar mais pormenores.

Hoje, o movimento islamista palestiniano Hamas acusou Israel de estar a tentar destruir o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que se encontra atualmente num impasse.

"As violações do acordo durante a primeira fase provam, sem sombra de dúvida, que o Governo de ocupação [Israel] queria que o acordo fracassasse e está a trabalhar arduamente para conseguir isto", afirmou Osama Hamdan, um alto responsável do Hamas, num vídeo.

"Neste contexto, as recentes decisões de Netanyahu em adotar a proposta norte-americana de prolongar a primeira fase do pacto contradizem o que foi acordado", acrescentou.

Hamdan afirmou que a pressão de Israel para uma extensão da primeira fase do acordo foi uma "tentativa flagrante de evitar entrar em negociações para a segunda fase".

A primeira fase do acordo, com a duração de 42 dias, entrou em vigor em 19 de janeiro, após 15 meses de uma guerra devastadora em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel e expirou sábado.

As negociações deveriam continuar agora para negociar a segunda fase, que, de acordo com o Hamas, prevê "um cessar-fogo abrangente e permanente" e a "retirada completa" de Israel de Gaza.

Israel, por outro lado, quer que o movimento palestiniano liberte mais reféns como parte de uma extensão da primeira fase, em vez de passar para a segunda.

Dos 251 reféns sequestrados pelo Hamas durante o ataque em Israel, em 07 de outubro de 2023, 62 continuam detidos em Gaza, incluindo 35 mortos, segundo o exército israelita.

O Governo de Netanyahu tem dito repetidamente que reserva ao direito de retomar os combates a qualquer momento para destruir o Hamas, se este não depor as armas.

No domingo, Israel disse ter aceitado um compromisso dos Estados Unidos, rejeitado pelo Hamas, que prevê um prolongamento da primeira fase da trégua durante o Ramadão e a Páscoa, até meados de abril.

O plano dos Estados Unidos estipula, segundo Israel, que "metade dos reféns [israelitas em Gaza], mortos e vivos", seriam repatriados no primeiro dia da sua entrada em vigor. Os restantes reféns seriam entregues "no final, se for alcançado um acordo de cessar-fogo permanente".

Perante a rejeição do Hamas, Israel bloqueou no domingo, até novas ordens, a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, onde cerca de 2,4 milhões de palestinianos estão cercados pelo exército israelita desde outubro de 2023.

Leia Também: Netanyahu avisa que "não haverá refeições grátis" sem acordo com reféns

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