Conselho de Segurança da ONU defende plano para Gaza sem Hamas

Os cinco membros europeus do Conselho de Segurança da ONU defenderam hoje que qualquer plano para a reconstrução de Gaza "não deve dar nenhum papel ao Hamas" e deve "garantir a segurança de Israel sem deslocar os palestinianos".

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© Murat Gok/Anadolu via Getty Images

Lusa
05/03/2025 23:51 ‧ há 8 horas por Lusa

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ONU

Os cinco países - Reino Unido, França, Grécia, Dinamarca e Eslovénia - leram uma declaração conjunta, que aparenta ser uma resposta a um plano apresentado pelo Egito na terça-feira numa cimeira árabe sobre a reconstrução do enclave palestiniano.

 

O plano egípcio praticamente ignorou o papel futuro do Hamas - atualmente o movimento mais amplamente estabelecido na faixa de Gaza, muito à frente de qualquer outro grupo - e apenas referiu os "obstáculos" impostos pelos grupos militantes que lutam contra Israel no território.

A leitura da declaração "europeia" foi vista como um esclarecimento que deixa claro que o grupo islamita palestiniano Hamas deve ser excluído e que os territórios palestinianos de Gaza e da Cisjordânia devem permanecer "unidos sob a Autoridade Palestiniana".

Os membros europeus apelaram ainda a "Israel para cumprir com as suas obrigações sob o direito internacional e permitir e facilitar a entrega segura, incondicional, massiva e desimpedida de ajuda humanitária em escala".

"A entrega de ajuda humanitária a civis necessitados não é negociável, de acordo com o direito humanitário internacional", sublinharam.

A configuração política de Gaza após a sua reconstrução é uma questão complexa: no momento, é o Hamas que está a negociar com Israel para continuar o cessar-fogo, mas tanto Israel quanto os Estados Unidos descartaram completamente qualquer papel para o grupo no futuro.

Até mesmo o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, ponderou a forma de abordar o papel que o Hamas deveria desempenhar: por um lado, disse que "os palestinianos devem escolher quem os governa" e que "eles têm o direito de viver numa democracia", mas acrescentou que, "neste momento, a estrutura é a Autoridade Palestiniana como representante legítima".

A ONU mantém contactos regulares com o Hamas em nível operacional para realizar o seu trabalho de assistência - hospitais, escolas e ajuda humanitária - em Gaza, mas a Autoridade Palestiniana, dominada pelo movimento Fatah e onde o Hamas não está representado, é quem ocupa o lugar da Palestina nas Nações Unidas.

Leia Também: Kallas no Conselho de Segurança para abordar cooperação entre UE e ONU

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