Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average ganhou 1,14%, o tecnológico Nasdaq progrediu 1,46% e o alargado S&P500 subiu 1,12%.
"O mercado estava à procura de uma razão para recuperar", disse Patrick O'Hare, da Briefing.com, à AFP.
Neste sentido, o anúncio por Trump de uma isenção temporária das taxas alfandegárias sobre o setor automóvel "agiu como um catalisador", na sua opinião.
Esta primeira isenção temporária às taxas alfandegárias de 25% aplicadas às importações provenientes do Canadá e do México foi decidida para os grandes construtores automobilísticos "não sofram desvantagens económicas", disse hoje a jornalistas a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
As cadeias de produção dos construtores automobilísticos dos EUA estão parcialmente instaladas no México e no Canadá, com as peças e os veículos a fazerem vários vaivéns durante o processo de produção.
Esta isenção respeita aos veículos importados no quadro do acordo de comércio livre da América do Norte (NAFTA, na sigla em Inglês), avançou a porta-voz.
Entretanto, a secretária do Comércio, Howard Lutnick, tinha abeto a porta a um alívio da guerra comercial lançada por Trump contra os seus vizinhos, ao adiantar que "alguns setores de atividade" poderiam ser poupados às novas taxas alfandegárias.
Para Jack Ablin, da Cresset Capital, "isto confirma o que os investidores suspeitavam, a saber, que Trump e o seu governo estavam a vigiar os mercados e que não queriam que uma descida da bolsa fosse da sua responsabilidade".
Em consequência, a Ford valorizou 5,81%, a General Motors 7,21% e a Stellantis 9,24%.
A publicação do Livro Bege, um inquérito regular da Reserva Federal (Fed), na forma de consulta de operadores económicos e analistas, também contribuiu para o desempenho da praça bolsista.
"Na maior parte dos distritos, os inquiridos esperam que o impacto das taxas alfandegárias os conduza a aumentar os preços", relata a Fed, acrescentando que "alguns casos isolados de aumento preventivo de preços foram relatados por empresas".
O período do inquérito terminou em 24 de fevereiro, isto é, antes da entrada em vigor, em 04 de março, da maior parte das taxas alfandegárias decididas por Trump.
Para Patrick O'Hare, os investidores retiveram sobretudo as expectativas "ligeiramente otimistas" para os próximos meses, apesar de estas serem inferiores às "otimistas" do inquérito precedente, realizado antes da investidura de Trump.
No início da sessão, foram divulgadas estatísticas sobre o emprego nos EUA, que revelaram que as contratações no setor privado conheceram um forte arrefecimento em fevereiro, segundo o inquérito mensal ADP/Stanford Lab, que cita o contexto político como fator explicativo.
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