"Há muitas alternativas, outras agências e organizações não-governamentais [ONG] que podem assumir o trabalho que a UNRWA tem vindo a fazer", afirmou Daniel Meron aos jornalistas.
Estas declarações surgem horas antes de o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, informar os Estados-membros da ONU, em Genebra, sobre a situação da agência, que está a atuar sob restrições crescentes por parte dos israelitas.
O diplomata israelita disse que as forças do seu país recuperaram "milhões de documentos e material inimigo" em Gaza que expuseram "o envolvimento de funcionários da UNRWA no massacre de 07 de outubro e a infiltração profunda e sistemática de organizações terroristas como o Hamas e a Jihad Islâmica palestiniana" na agência da ONU.
O Hamas invadiu o sul de Israel em 07 de outubro de 2023, quando mataram mais de 1.200 pessoas e raptaram cerca de 250 pessoas.
O embaixador israelita citou o Programa Alimentar Mundial (PAM), que também faz parte do sistema das Nações Unidas, como exemplo de outras agências que poderiam assumir o trabalho da UNRWA, para que "a população de Gaza não sofra com a mudança".
"Durante anos, a UNRWA assumiu mais responsabilidades do que as que lhe foram dadas", afirmou Meron, observando que o Knesset, o Parlamento de Israel, já proibiu as atividades da agência em território israelita.
O diplomata israelita falou aos jornalistas na semana que a sede europeia da ONU vai realizar reuniões da Comissão de Inquérito sobre os Territórios Palestinianos Ocupados com vítimas de crimes sexuais e violência de género cometidos por parte das forças israelitas e de colonos.
O embaixador israelita disse que a comissão "está a perder o seu tempo e o dos Estados-membros [da ONU] com estas negociações", descrevendo as reuniões como "uma tentativa de encontrar um contrapeso ao comportamento terrível do Hamas em 07 de outubro e à subsequente violência sexual contra as vítimas desse ataque e reféns israelitas".
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