Absolvido ex-agente austríaco suspeito de espiar para a Rússia

Um antigo oficial dos serviços secretos austríacos, suspeito de ter trocado dados sensíveis com a extrema-direita e acusado de espionagem a favor da Rússia, foi hoje absolvido das acusações iniciais de que era alvo.

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© JOE KLAMAR/AFP via Getty Images

Lusa
10/03/2025 19:01 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Áustria

Egisto Ott, que trabalhou para uma agência de serviços secretos atualmente extinta, foi hoje considerado inocente pelo Tribunal de Viena por falta de provas de que as informações em questão provinham de fontes internas, segundo a agência noticiosa APA.

 

O homem de 60 anos, em julgamento desde novembro passado, foi acusado pelo Ministério Público de Viena de fornecer a um deputado de extrema-direita austríaco informações suscetíveis de "desacreditar" os serviços secretos do país.

Os crimes de que Ott era acusado poderiam resultar numa pena de três anos de prisão por violação dos segredos do Estado.

Hans-Jörg Jenewein, antigo deputado do partido nacionalista FPO, foi condenado a doze meses de prisão com pena suspensa por ter obtido informações acerca dos participantes de duas reuniões dos serviços secretos europeus.

A mulher que forneceu as informações a Jenewein, uma antiga colaboradora do líder do FPO, Herbert Kickl, então Ministro do Interior, foi igualmente condenada por abuso de poder.

Em 2018, Ott foi acusado de investigar os nomes de colegas que haviam "participado numa reunião" do Clube de Berna em Varsóvia, a plataforma de trocas de informações dos serviços secretos europeus, "por ordens" de Hans-Jörg Jenewein.

Posteriormente, Ott terá também fornecido a Jenewein as identidades de vários agentes infiltrados, "pondo em causa a manutenção da segurança nacional e o sucesso de futuras atividades de informação", segundo o Ministério Público de Viena.

Ott era também suspeito de ter tentado recolher os nomes dos agentes da polícia que investigaram o 'Ibizagate', um escândalo de corrupção que envolveu a extrema-direita.

Embora não tenham contestado os factos, em grande parte sustentados por trocas de mensagens, os dois arguidos alegaram que as trocas de mensagens haviam sido exageradas e contestaram veementemente a sua ilegalidade.

Egisto Ott tem sido objeto de outros processos pelo Ministério Público desde 2017, tendo sido detido pela primeira vez em 2021 e depois na primavera de 2024.

No ano passado, negou todas as acusações à agência noticiosa francesa AFP.

Em investigações distintas, ainda pendentes, é suspeito de ter fornecido telemóveis pertencentes a membros do gabinete do ministro do Interior aos serviços de inteligência russos.

É ainda acusado de ter feito investigação para Jan Marsalek, procurado pela justiça alemã pela falência da empresa de pagamentos Wirecard e agora acusado de espionagem para Moscovo.

Em 2017, os serviços secretos ocidentais alertaram os homólogos austríacos para a possibilidade de Ott poder estar a espiar para a Rússia.

Egisto Ott foi suspenso em 2017 e chegou a ser detido durante um curto período em 2021.

Leia Também: Extrema-direita fora do novo Governo da Áustria

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