Professora nos EUA foi deportada para o Líbano sem explicação

As autoridades norte-americanas deportaram para o Líbano, sem explicações, uma médica que chegou ao aeroporto de Boston, apesar de ter um visto dos Estados Unidos e um emprego como professora na Universidade Brown.

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Lusa
17/03/2025 16:28 ‧ há 3 horas por Lusa

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Um juiz ainda tentou anular o processo, ordenando que a mulher não fosse enviada de volta até que houvesse uma audiência, mas os advogados do Governo disseram que as autoridades alfandegárias não receberam a resposta a tempo.

 

Esta é a mais recente deportação de uma pessoa nascida no estrangeiro com visto dos EUA, depois de um estudante da Universidade de Columbia que liderou protestos contra a guerra em Gaza ter sido detido e o visto de outro estudante ter sido revogado.

O Governo do Presidente Donald Trump também conseguiu transferir centenas de imigrantes para El Salvador, mesmo com um juiz federal a emitir ordens que proibiam temporariamente as deportações.

Rasha Alawieh, de 34 anos, recebeu o visto no dia 11 de março e chegou ao Aeroporto Internacional Logan de Boston na quinta-feira, de acordo com uma queixa apresentada em seu nome num tribunal federal.

Alawieh, que tinha trabalhado e vivido em Rhode Island anteriormente, foi detida durante pelo menos 36 horas, até sexta-feira, segundo a acusação.

A mulher, especialista em transplante renal, deveria começar a trabalhar na Universidade de Brown como professora assistente de Medicina.

"Os meus colegas e eu estamos indignados com a deportação da Dra. Alawieh. Ela é uma colega valiosa e esperamos que seja feita justiça e que ela volte para Rhode Island", disse George Bayliss, professor associado de Medicina na Universidade de Brown.

O juiz distrital dos EUA, Leo Sorokin, emitiu uma ordem na sexta-feira para que uma audiência presencial fosse marcada para hoje, com Alawieh levada a tribunal.

Por isso, no sábado, um familiar da médica apresentou uma queixa alegando que os funcionários alfandegários desobedeceram "intencionalmente" à ordem ao enviar Alawieh de volta para o Líbano.

Os advogados do Governo explicaram que os agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA no Aeroporto Internacional Boston Logan não receberam notificação da ordem até que esta "já tivesse partido dos Estados Unidos", segundo o juiz.

O congressista democrata Gabe Amo prometeu procurar esclarecimentos sobre a deportação, numa declaração no fim-de-semana: "Estou comprometido em obter respostas do Departamento de Segurança Interna para fornecer à Dra. Alawieh, à sua família, aos seus colegas e à nossa comunidade a clareza que todos merecemos".

Uma manifestação foi marcada para Rhode Island, na noite de hoje, para apoiar a causa de Alawieh.

Leia Também: Criança atira cadeira contra a cabeça de professora em escola na Moita

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