EUA. Médica deportada por ter "fotos e vídeos" do Hezbollah no telemóvel

A médica e professora universitária, recentemente deportada dos Estados Unidos para o Líbano, teria "fotos e vídeos favoráveis" de líderes do Hezbollah no telemóvel, o que justificou a saída do país, noticiou hoje a imprensa norte-americana.  

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© MAHMOUD ZAYYAT/AFP via Getty Images

Lusa
17/03/2025 18:49 ‧ há 3 horas por Lusa

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De acordo com o jornal Politico, Rasha Alawieh, médica especialista em transplantes renais e professora da Universidade Brown, disse aos agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras que, ao visitar o Líbano no mês passado, compareceu ao funeral do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e seguiu os ensinamentos "de uma perspetiva religiosa", mas não política, de acordo com o relatório oficial do interrogatório. 

 

Além disso, as autoridades disseram ter encontrado "fotos e vídeos favoráveis" de figuras importantes do Hezbollah numa pasta de material apagado no telemóvel da médica. 

"A Alfândega e Proteção de Fronteiras questionou Alawieh e concluiu que as verdadeiras intenções [da presença da médica] nos Estados Unidos não puderam ser determinadas", escreveu hoje o procurador assistente dos Estados Unidos Michael Sady num processo judicial sobre o caso. 

Estas alegações apresentadas pelo Departamento de Justiça são a primeira explicação pública do motivo que levou à deportação da médica na passada sexta-feira 

A mulher, de 34, anos tinha um visto norte-americano que é normalmente emitido para estrangeiros com habilidades especiais para determinado trabalho que o empregador alega ter dificuldade em encontrar em candidatos dos Estados Unidos. 

Um juiz ordenou que a mulher não fosse enviada de volta para o Líbano até que houvesse uma audiência, mas o Governo norte-americano argumentou que as autoridades alfandegárias não receberam a resposta a tempo. 

Esta é a mais recente deportação de uma pessoa nascida no estrangeiro com visto dos Estados Unidos, depois de um estudante da Universidade de Colúmbia que liderou protestos contra a guerra em Gaza ter sido detido e o visto de outra estudante ter sido revogado. 

O Governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, também conseguiu transferir centenas de imigrantes para El Salvador, mesmo com um juiz federal a emitir ordens que proibiam temporariamente as deportações. 

Rasha Alawieh, de 34 anos, recebeu o visto no dia 11 de março e chegou ao Aeroporto Internacional Logan de Boston na quinta-feira, de acordo com uma queixa apresentada em seu nome num tribunal federal. 

Alawieh, que tinha trabalhado e vivido em Rhode Island anteriormente, foi detida durante pelo menos 36 horas, até sexta-feira, segundo a acusação. 

A mulher, especialista em transplante renal, devia começar a trabalhar na Universidade de Brown como professora assistente de Medicina. 

"Os meus colegas e eu estamos indignados com a deportação de Alawieh. Ela é uma colega valiosa e esperamos que seja feita justiça e volte para Rhode Island", disse George Bayliss, professor associado de Medicina na Universidade de Brown. 

O congressista democrata Gabe Amo prometeu procurar esclarecimentos sobre a deportação, numa declaração no fim-de-semana: "Estou comprometido em obter respostas do Departamento de Segurança Interna para fornecer a Alawieh, à família, aos colegas e à nossa comunidade a clareza que todos merecemos". 

Uma manifestação foi marcada para Rhode Island, esta noite, para apoiar a causa de Alawieh. 

Leia Também: Professora nos EUA foi deportada para o Líbano sem explicação

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