Autoridades polacas entregam a Kyiv alegado propagandista do Kremlin

A Polónia entregou um analista político às autoridades ucranianas, que o acusam de ser um propagandista do Kremlin e de organizar manifestações em países da União Europeia, a pedido de Moscovo, contra o apoio ocidental a Kyiv.

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© X (antigo Twitter)/ nexta_tv

Lusa
01/04/2025 17:32 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Pela primeira vez desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia, e a pedido do Serviço de Segurança da Ucrânia [SBU], um agente russo que trabalha contra o nosso país na esfera da informação foi entregue à Ucrânia", revela um comunicado hoje divulgado pelo SBU.

 

O suspeito, que segundo os meios de comunicação da Ucrânia é o jornalista ucraniano pró-russo Kiril Molchanov, foi detido na Polónia e posteriormente deportado para a Ucrânia, onde aguarda julgamento num centro de detenção em Kyiv.

O detido trabalhava, de acordo com o SBU, para o antigo deputado ucraniano e oligarca de confiança do Kremlin, Viktor Medvedchuk, que vive na Rússia depois de ter sido incluído numa troca de prisioneiros durante o primeiro ano de guerra.

De acordo com os serviços de informações ucranianos, o alegado agente russo fugiu do seu país para a Rússia em 2022 e aí começou a trabalhar em dois projetos de propaganda dedicados a desestabilizar a Ucrânia e os países europeus.

Só em 2023, apareceu 35 vezes no programa televisivo de Vladimir Solovyov, um dos mais destacados e leais comunicadores ao Kremlin.

O suspeito tinha também um canal no Telegram no qual se apresentava como politólogo e partilhava publicações dedicadas à recolha de informações sobre as tropas ucranianas, descreveu o SBU.

O alegado agente deverá responder na Ucrânia pelo crime reconhecido no Código Penal Ucraniano de justificar e glorificar a invasão russa.

Segundo o semanário alemão Der Spiegel, Molchanov chegou à Alemanha em 2022 como refugiado e fundou um instituto de análise política, além de participar em eventos antimilitaristas, nos quais criticava a alegada repressão das autoridades ucranianas contra dissidentes políticos.

As autoridades polacas indicaram hoje por seu lado que um cidadão ucraniano de 47 anos foi descoberto no mês passado a realizar o reconhecimento de instalações militares a favor de Moscovo.

A Procuradoria Nacional não revelou o nome do homem, mas disse que nasceu na Rússia e que foi detido e acusado em 20 de março.

As atividades do suspeito envolviam o "reconhecimento de instalações militares na Polónia" para os serviços de informação russos, um crime punível pela lei polaca com penas de prisão de cinco a 30 anos, segundo o Ministério Público em comunicado.

A entidade acrescentou que o suspeito justificou com "motivos ideológicos as suas atividades resultantes dos seus laços com a Rússia".

Jacek Dobrzynski, porta-voz do Ministério do Interior e dos serviços de segurança da Polónia, disse na rede X que o cidadão ucraniano, de 47 anos, foi detido por agentes de segurança na província da Mazóvia, perto da capital, Varsóvia, no centro da Polónia.

As autoridades polacas alertam que o seu país é alvo de espionagem e de ataques de guerra híbrida de Moscovo, que se tornaram mais graves desde a invasão russa da vizinha Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A Agência de Segurança Interna deteve 44 pessoas por suspeita de espionagem ou sabotagem na Polónia para a Rússia ou Bielorrússia, país aliado de Moscovo, desde o início da guerra.

Entre os suspeitos estão russos, bielorrussos, ucranianos e polacos, indicou Dobrzynski.

Leia Também: "Rússia não pode ser cancelada". Propagandista celebra vitória de 'Anora'

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