O serviço Starlink será revelado numa cimeira de investimento apoiada pelo Governo do Bangladesh, que arranca na segunda-feira.
Em declarações hoje à imprensa, o presidente da Autoridade de Desenvolvimento de Investimentos do Bangladesh, Chowdhury Ashik Mahmud, disse que a autorização do licenciamento foi concedida em 28 de março, antes de Donald Trump ter revelado o seu vasto programa tarifário que fez os mercados mundiais caírem a pique.
As novas taxas alfandegárias sobre os produtos do Bangladesh foram fixadas em 37%.
A produção de têxteis e vestuário representa cerca de 80% das exportações do Bangladesh, país pobre da Ásia do Sul.
Cerca de 20% das exportações de vestuário do Bangladesh têm como destino os Estados Unidos.
O empresário Elon Musk é conselheiro da Casa Branca, sendo responsável pelo corte da despesa pública, e os seus encontros com líderes estrangeiros têm levantado questões sobre a linha que separa o seu papel oficial dos seus interesses comerciais.
As autoridades interinas em Daca, que assumiram o poder no Bangladesh depois de uma revolução liderada por estudantes ter derrubado o anterior Governo em agosto de 2024, estão a procurar o apoio diplomático dos Estados Unidos.
O líder interino Muhammad Yunus realizou no sábado uma reunião de emergência para avaliar o impacto das tarifas na economia do Bangladesh.
Laureado com o Prémio Nobel da Paz em 2006, pela sua luta contra a pobreza, Yunus irá escrever a Trump sobre as novas taxas, indicou hoje o seu assessor de imprensa.
Musk e Yunus tinham discutido em fevereiro a possibilidade da aplicação do serviço Starlink, que fornece acesso à internet a locais remotos através de satélites de órbita baixa.
Na altura, ambos salientaram que este serviço criaria novas oportunidades para "jovens empreendedores no Bangladesh, mulheres e comunidades isoladas", de acordo com um comunicado da assessoria de imprensa de Muhammad Yunus.
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