Unidades antiterrorismo investigam ataques contra prisões de França

Investigadores antiterrorismo franceses estão a tentar identificar os autores de vários ataques, que ainda não foram reivindicados, que visaram estabelecimentos prisionais, alvo desde domingo de incêndios de veículos e até de disparos de armas automáticas.

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© MATTHIEU DELATY/Hans Lucas/AFP via Getty Images

Lusa
15/04/2025 22:15 ‧ ontem por Lusa

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França

De acordo com as conclusões iniciais da investigação, todas as hipóteses estão a ser consideradas, adiantou hoje à agência France-Presse (AFP) fonte ligada ao processo.

 

No total, 21 veículos foram vandalizados e/ou incendiados desde domingo à noite, segundo fonte policial.

Em Marselha e Valence, duas cidades do sudeste de França, foi encontrada a sigla "DDPF" (Direitos dos Prisioneiros Franceses), referiu a mesma fonte.

"Não sei o que está por detrás deste slogan, e, além disso, não me interessa", frisou o ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, desde a prisão de Toulon-La Farlède, também no sudeste de França, cuja porta estava crivada de marcas de balas de Kalashnikov.

Salientando que "não houve qualquer reivindicação de responsabilidade", disse esperar que os autores destes atos "sejam condenados e recebam sentenças extremamente pesadas", acrescentando que pediu ao seu colega no Ministério do Interior, Bruno Retailleau, para "mobilizar todos os meios" para proteger os agentes prisionais.

Bruno Retailleau frisou hoje de manhã que solicitou um reforço imediato da proteção dos agentes e estabelecimentos prisionais.

Referindo-se à sua política de endurecer as penas de prisão contra os reclusos mais perigosos, Darmanin sublinhou que houve "claramente atos de intimidação contra os agentes da polícia e, portanto, contra a República".

Após os incidentes ocorridos entre domingo e hoje em várias prisões e na Escola Nacional de Administração Penitenciária (Enap), a Procuradoria Nacional Antiterrorismo (Pnat) assumiu o inquérito, aberto por associação criminosa ao terrorismo.

Em comunicado de imprensa, a Pnat explicou que tomou as medidas devido à "natureza dos factos, aos alvos escolhidos e ao caráter concertado de uma ação cometida em múltiplos pontos do território, bem como ao objetivo que prosseguem de perturbar gravemente a ordem pública através da intimidação, conforme alegado nas redes sociais por um grupo denominado 'DDPF'".

Num "contexto inédito", a Pnat pretende garantir "coordenação nacional das investigações".

Na madrugada de segunda-feira, o portão da prisão de Toulon-La Farlède foi alvo de tiros disparados por "vários indivíduos" que chegaram num veículo, segundo o procurador de Toulon.

Foram registados quinze impactos após estes disparos de Kalashnikov, de acordo com uma fonte próxima do caso.

Oito veículos foram também incendiados num concessionário perto da prisão de Nîmes (sul) na noite de domingo para segunda-feira, segundo o Ministério Público local.

No parque de estacionamento do centro de detenção de Villepinte, perto de Paris, três veículos, incluindo dois pertencentes a agentes prisionais, foram incendiados na madrugada de segunda-feira, segundo fonte policial.

Na prisão de Aix-Luynes (sudeste), uma porta foi incendiada, segundo uma fonte próxima do caso.

Na madrugada de domingo para segunda-feira, os incêndios atingiram também a prisão de Réau, perto de Paris, e o parque de estacionamento da Enap em Agen (sudoeste), de acordo com várias fontes próximas do caso.

Sete veículos foram "destruídos ou danificados devido a um incêndio" no parque de estacionamento da Enap, de acordo com o Ministério Público local.

Segundo fonte policial, as prisões de Nanterre, perto de Paris, e de Valence também foram afetadas por incêndios em veículos, alguns dos quais já tinham sido vandalizados.

Leia Também: "Degradação". França retalia e expulsa 12 agentes argelinos

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