Os lugares-chave do Conclave: da Basílica de São Pedro à Capela Sistina

O conclave, que vai eleger o sucessor do Papa Francisco, que morreu hoje aos 88 anos, é uma cerimónia muito precisa, desenvolvida ao longo dos séculos em locais repletos de história.

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© Franco Origlia/Getty Images

Lusa
21/04/2025 15:30 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Vaticano

Portugal tem, pela primeira vez desde que o colégio cardinalício foi criado, quatro cardeais eleitores no conclave que irá escolher o sucessor de Francisco: António Marto, Américo Aguiar, Manuel Clemente e Tolentino de Mendonça.

 

Eis os principais locais que marcam a cerimónia, bem como as restrições impostas nestes espaços:

Basílica de São Pedro 

É sob o mármore dourado desta basílica que os cardeais se reúnem para celebrar a missa que abre o processo de eleição do papa. Os cardeais eleitores seguem depois em procissão para a Capela Sistina, cantando o "Veni Creator".

É também na Basílica de São Pedro que o conclave termina oficialmente, com a proclamação do nome do novo papa ("Habemus papam!").

A maior igreja do mundo (2,3 hectares) foi construída entre 1506 e 1626 por arquitetos como Bramante, Michelangelo e Bernini.

Capela Sistina

Construída entre 1477 e 1480, a capela situa-se no lado direito da Basílica de São Pedro, no recinto do Palácio Apostólico. Famosa em todo o mundo pelos frescos de Miguel Ângelo, está mobilada para acolher os cardeais: sobre um pavimento elevado coberto por um tapete bege claro, 12 mesas compridas cobertas de tecido vermelho escuro estão dispostas em duas filas.

Uma outra mesa está colocada junto ao altar para a presidência do conclave. Deste lado, encontram-se três urnas de voto, uma das quais com uma tampa decorada com duas figuras que representam cordeiros, nas quais os cardeais colocarão os boletins de voto. No centro, um púlpito contém um Evangelho aberto sobre o qual os cardeais prestam juramento antes de votar.

À esquerda da entrada da capela, foram instalados dois fogões, um para queimar os boletins de voto, o outro onde será injetado um produto químico para produzir fumo: preto em caso de fracasso, branco quando o papa for eleito.

Câmara das Lágrimas

No fundo da Capela Sistina, uma pequena porta abre-se para uma cela de três metros por três metros. É a "Câmara das Lágrimas", na qual o papa recém-eleito vai entrar, acompanhado apenas pelo cardeal camerlengo, Kevin Farrell, e pelo mestre de celebrações litúrgicas pontifícias, monsenhor Diego Ravelli, e onde, segundo a tradição, se vai desfazer em lágrimas perante a tarefa que tem pela frente.

Capela Paulina

Depois da eleição e antes de se dirigir à varanda sobre a Praça de São Pedro para a primeira aparição pública, o novo Papa recolhe-se para uma breve oração pessoal e silenciosa diante do Santíssimo Sacramento. Construída em 1537, a pedido de Paulo III, esta capela está situada perto da Capela Sistina e da Basílica de São Pedro.

Casa de Santa Marta

Os 135 cardeais eleitores são alojados na Casa de Santa Marta, construída por João Paulo II, mesmo atrás da Basílica de São Pedro. Anteriormente, os cardeais estavam alojados em celas desconfortáveis no interior do Palácio Apostólico. Nesta residência, onde Francisco escolheu viver e que inclui também uma capela, cada cardeal dispõe de um quarto, atribuído por sorteio, e dos serviços de refeições e lavandaria.

Todas as manhãs, os cardeais saem da residência para irem a pé ou de miniautocarro para a Capela Sistina, a 500 metros de distância.

Restrições

Uma regra imutável reina em todos os espaços que servem de cenário ao conclave: assim que ele abre, os cardeais fazem um juramento de segredo, sob pena de excomunhão. Qualquer comunicação com o mundo exterior é estritamente proibida, exceto em circunstâncias excecionais.

Todos os locais onde vivem e trabalham estão cobertos por dispositivos de interferência que impedem a utilização de telemóveis ou outros dispositivos. E quando os cardeais caminham da Residência Santa Marta para a Capela Sistina, o tráfego de veículos e de peões é interrompido para evitar qualquer contacto.

Todo o pessoal que trabalha nas instalações do conclave (motoristas, cozinheiros, rececionistas, empregados de limpeza, enfermeiros, médicos, entre outros) está também obrigado ao segredo.

Leia Também: Quatro portugueses vão ajudar a escolher novo líder da Igreja. Quem são?

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