Combates no norte do Sudão do Sul impedem chegada de ajuda humanitária

O Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM) e a Unicef afirmaram hoje que a intensificação dos combates no rio Nilo Branco, no Sudão do Sul, tem impedido que a ajuda humanitária chegue à região há quase um mês.

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Lusa
08/05/2025 12:28 ‧ há 4 horas por Lusa

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Esta situação levou a que mais de 60.000 crianças subnutridas no estado do Alto Nilo corram o risco de piorar a condição de subnutrição, uma vez que os fornecimentos para tratamento estão a escassear e os esforços de reabastecimento enfrentam dificuldades, afirmaram as agências das Nações Unidas (ONU) em comunicado.

 

O estado do Alto Nilo tem uma das taxas de subnutrição mais elevadas do Sudão do Sul, com mais de 300.000 crianças afetadas por subnutrição moderada ou grave, segundo dados relativos ao ano passado.

"À medida que a estação das chuvas avança e o conflito continua a deslocar famílias, espera-se que a propagação de doenças transmitidas pela água e o aumento da insegurança alimentar contribuam para um aumento do número de crianças subnutridas", referem as organizações humanitárias.

Segundo as agências da ONU, as dificuldades de abastecimento são muitas e sem o acesso urgente à assistência que salva vidas, devem esgotar os fornecimentos nutricionais para tratar a desnutrição moderada e grave até ao final de maio.

Em meados de abril, barcaças que transportavam 1.000 toneladas métricas de alimentos e produtos nutricionais com destino ao estado do Alto Nilo foram obrigadas a regressar devido à insegurança.

Para aumentar as dificuldades de abastecimentos vitais, cerca de 3.000 toneladas métricas de alimentos adicionais estão em espera em Bor, um centro de carga humanitária ao longo do rio Nilo, prontas para serem entregues assim que as condições o permitam.

Devido a preocupações de segurança e ao elevado valor dos fornecimentos nutricionais, o PAM e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) não podem pré-posicionar bens em zonas inseguras, uma vez que isso deixaria os centros de saúde e os armazéns cada vez mais vulneráveis a pilhagens.

No Alto Nilo, cerca de 2.000 caixas de produtos nutricionais (cerca de 26 toneladas métricas) já foram saqueadas desde o início do conflito, privando cerca de 1.900 crianças da sua única hipótese de tratamento e recuperação.

A atual crise no Sudão do Sul começou a 04 de março, quando o Exército Branco, originalmente alinhado com a oposição, tomou uma unidade da Força de Defesa do Povo do Sudão do Sul na cidade de Nasir, no norte do país, desencadeando uma onda de detenções ordenadas pelo Governo em Juba e uma campanha militar contra a milícia, com apoio aéreo de Uganda.

O Sudão do Sul, que se tornou independente em 2011, sofreu uma guerra de cinco anos que matou cerca de 400 mil pessoas e terminou com o acordo de paz de 2018, que estipulava um poder partilhado entre o Governo e a oposição, mas cujas principais disposições nunca foram postas em prática.

Leia Também: Ataque a hospital dos MSF no Sudão do Sul faz pelo menos sete mortos

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