"Definitivamente, não é negociável", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros e principal negociador iraniano, Abbas Araqchi, aos meios de comunicação iranianos antes de partir para Omã, onde participa na quarta ronda de negociações nucleares com os Estados Unidos.
Segundo os meios de comunicação iranianos, a reunião em Omã já começou.
O diplomata iraniano afirmou que esta sempre foi a posição de Teerão e sustentou que o país tem "sólidas bases legais e de regulação" para justificar um programa nuclear pacífico.
O enviado especial dos Estados Unidos para o Médio Oriente e principal negociador dos EUA, Steve Witkoff, afirmou na sexta-feira, em entrevista ao portal de notícias norte-americano Breitbart News, que Teerão deve abandonar completamente o enriquecimento de urânio.
"Um programa de enriquecimento nunca mais poderá existir no Irão. E essa é a nossa linha vermelha. Sem enriquecimento. Isto significa desmantelamento", afirmou Steve Witkoff.
O responsável norte-americano tinha falado anteriormente em limitar o programa nuclear do Irão e não em o desmantelar.
Neste sentido, Araqchi afirmou que o lado norte-americano muda de posição e contradiz-se "tanto dentro como fora da sala de negociações", o que considerou um problema para as conversações sobre o acordo.
"A República Islâmica do Irão, ao contrário do outro lado, tem posições e princípios bem conhecidos", afirmou o ministro iraniano.
O Irão e os Estados Unidos realizaram três rondas de negociações desde 12 de abril, que ambos os lados descreveram como positivas. A quarta ronda de negociações, já a decorrer em Omã, contará provavelmente com a mediação do Ministro dos Negócios Estrangeiros do sultanato, Badr al-Busaidi.
Estas negociações ocorrem antes da viagem do Presidente norte-americano, Donald Trump, ao Médio Oriente esta semana.
Trump renovou as ameaças militares contra o Irão, caso o país não chegue a acordo com os EUA e impôs a chamada política de "pressão máxima" contra Teerão.
Após a saída unilateral de Washington do pacto nuclear iraniano em 2018 e a imposição de sanções ao Irão, Teerão tem vindo a enriquecer urânio a uma pureza de 60%, muito próxima dos 90% necessários para fabricar armas nucleares.
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