"A equipa de negociação em Doha está a trabalhar para esgotar todas as possibilidades de um acordo", segundo o gabinete de Netanyahu, "quer dentro da estrutura do plano [proposto pelo enviado norte-americano Steve] Witkoff, quer dentro da estrutura do fim dos combates, que incluiria a libertação de todos os reféns, o exílio dos terroristas do Hamas e o desarmamento de Gaza".
A declaração foi feita no momento em que o Exército israelita intensificou a sua campanha aérea e terrestre no enclave palestiniano, que resultou na morte de centenas de civis nos últimos dias, segundo as autoridades locais.
O Hamas disse hoje por seu lado que só aceitará um acordo que leve ao fim da guerra na Faixa de Gaza, numa fase em que uma equipa de negociação israelita se encontra no Qatar para discutir com os mediadores internacionais uma trégua.
"Estamos a negociar o fim da guerra, nada mais", declarou Basem Naim, membro do gabinete político do Hamas, à agência EFE.
Até agora, o Governo israelita limitou-se a dizer que só negociará uma trégua no âmbito da proposta do enviado norte-americano para o Médio Oriente, Steve Witkoff, o que colide com a posição do Hamas, que alega tratar-se meramente de um prolongamento do cessar-fogo quebrado por Israel em 18 de março e não do fim da guerra.
A viagem da delegação israelita a Doha coincidiu com os preparativos dos últimos dias e o lançamento hoje de uma extensão das operações terrestres na Faixa de Gaza.
Israel bloqueia desde 02 de março o acesso da ajuda humanitária na Faixa de Gaza, dias antes de ter quebrado o cessar-fogo que estava em vigor há cerca de dois meses.
Em 05 de maio, Israel anunciou um plano de conquista do território palestiniano, que inclui uma deslocação em massa da população, suscitando palavras de condenação em todo o mundo.
O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de milhares de pessoas.
As partes mantêm canais de negociação com os mediadores internacionais para uma nova suspensão das hostilidades e a libertação dos reféns ainda em posse do Hamas, mas não chegaram a acordo.
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