A manifestação turística concentrou-se na Porta do Sol, na capital espanhola, numa altura em que as Canárias registaram máximos históricos, tanto em número de visitantes como de faturação.
Ecoando cânticos como "As Canárias não estão à venda, amam-se e defendem-se", cerca de uma centena de pessoas, que vestiam 't-shirts' amarelas e transportavam a bandeira das Canárias, pediram um modelo económico mais sustentável para as ilhas. Numa faixa grande exibiam a frase: "As Canárias têm um limite".
"A nossa missão é dar voz a todo o movimento social que está a ocorrer nas Canárias desde 20 de abril do ano passado, contra o modelo turístico parasita que está a destruir a nossa terra, precário para com o nosso povo e a expulsar os nossos bairros", afirmou Javier Cruz, da associação Canária Diáspora.
A manifestação que ocorreu no ano passado "criticando o modelo turístico massivo, foi das maiores do mundo", lembrou o ativista.
"Temos uma série de premissas como: uma eco taxa que proteja os nossos espaços naturais, uma lei de residência que nos proteja da especulação imobiliária, da soberania energética e alimentar, etc", acrescentou.
O protesto de hoje, que teve manifestações paralelas em cidades como Berlim, Granada e Bilbau, segundo Javier Cruz, pretende ser "suficientemente importante para que os políticos e as instituições canárias se sentem a refletir se realmente estão a fazer bem".
Outra ativista, Fiorela, sublinhou que "há municípios onde a percentagem de solo turístico é superior ao residencial" e criticou o facto de o "bem-estar estar a afogar-se no cimento".
O preço do aluguer de mil euros "não tem sentido e também não faz sentido alugar e ser despejado no verão por um aluguer turístico", algo de que também sofrem as ilhas Baleares.
Os manifestantes transportavam cartazes onde se lia: "A juventude canária terá de usar 99,4% do seu salário no aluguer, se se quiserem emancipar"; "Direito a um teto"; "Canárias recebem em quatro meses mais de seis milhões de turistas, o mesmo que o Brasil em todo o ano de 2023".
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