Segundo as sondagens à boca das urnas, Trzaskowski, apoiado pela força política dominante no Governo polaco, obteve 30,8% dos votos, enquanto o seu adversário Karol Nawrocki, um independente nacionalista com apoio do maior partido de oposição, alcançou 29,1%
O vencedor vai suceder ao conservador Andrzej Duda, que atingiu o limite de mandatos.
As pesquisas realizadas pelo instituto Ipsos para a Polsat, TVN e TVP revelam que nenhum dos 13 candidatos recebeu mais de 50% dos votos, sendo necessária uma segunda volta, que vai agora ser influenciada pelo sentido de voto dos derrotados.
As projeções preveem que o terceiro colocado será Slawomir Mentzen, candidato da Confederação (extrema-direita), com 15,4% dos votos.
O polémico candidato de ultradireita Grzegorz Braun, que acumula sucessivas acusações de antissemitismo, deverá conseguir 6,2% e o candidato de esquerda Adrian Zandberg, do partido Juntos, 5,2%.
Nenhum outro candidato ultrapassou os 05%, incluindo Szymon Holownia, da Polónia 2050 (democratas-cristãos) e atual presidente do parlamento, e Magdalena Biejat, da Nova Esquerda e vice-presidente do Senado, dois partidos que integram a coligação governamental chefiada por Donald Tusk e que agora têm resultados muito abaixo do que esperavam.
A participação estimada para a votação de hoje é 66,8%, superior aos 64,5% registados na primeira volta das presidenciais de 2020, mas abaixo do recorde de 72,9% verificados nas históricas legislativas de 2023.
Embora o Governo e o parlamento da Polónia tenham autoridade primária sobre a política interna, a presidência exerce um poder substancial.
O Presidente da República atua como comandante das Forças Armadas, desempenha um papel na política externa e de segurança e pode vetar leis.
A política externa dominou largamente a campanha eleitoral, particularmente a questão do lugar da Polónia na União Europeia e nas relações com os Estados Unidos, bem como o apoio à vizinha Ucrânia, que não merece contestação dos dois principais partidos, embora os seus candidatos defendam a redução de benefícios sociais concedidos a cerca de um milhão de refugiados ucranianos.
Favorito nas sondagens para as eleições de hoje, Rafal Trzaskowsk, 50 anos, é oriundo de uma família de intelectuais de Varsóvia e europeísta assumido.
Conquistou a Câmara de Varsóvia em 2018 e foi reeleito no ano passado, prometendo agora lutar pela revisão da lei do aborto.
Karol Nawrocki, um historiador nacionalista de 42 anos apaixonado pelo submundo do crime, é um admirador do Presidente norte-americano, Donald Trump, de quem recebeu a previsão de que iria vencer.
Durante a campanha, pediu que fossem realizados controlos na fronteira com a Alemanha para impedir a entrada de migrantes, que alegou estarem ser rejeitados por aquele país, e exigiu que Berlim pague reparações à Polónia pela Segunda Guerra Mundial.
A partir deste ano, começou a dirigir o Instituto da Memória Nacional polaco, que investiga crimes nazis e comunistas.
Após alguma ambiguidade sobre a invasão da Ucrânia, defendeu a rutura das relações diplomáticas com a Rússia, "um Estado bárbaro, cruel e que devia ser isolado".
As autoridades polacas relataram tentativas de interferência estrangeira durante a campanha, com as suspeitas a serem focadas na Rússia, à semelhança de outros escrutínios europeus.
A divulgação dos resultados oficiais está prevista para terça-feira, mas a autoridade eleitoral admite que possam ser conhecidos já na segunda.
[Notícia atualizada às 21h32]
Leia Também: Trump falará hoje com líderes europeus antes de ligar a Putin e Zelensky