Uma das prioridades da visita é "proteger os postos de trabalho, fazer crescer a economia e expandir as oportunidades de emprego", afirmou o ministro da Agricultura, John Steenhuisen, num comunicado.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, deverá encontrar-se com o Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, na Casa Branca na quarta-feira, acompanhado por quatro ministros, para uma visita de quatro dias com grandes riscos, uma vez que Pretória teme particularmente as tarifas norte-americanas.
As tarifas anunciadas por Donald Trump em abril - depois suspensas por 90 dias - incluíam um imposto de 31% sobre as importações sul-africanas, o que poderia levar a despedimentos em massa, de acordo com algumas das indústrias afetadas.
Um acordo comercial permitia que a África do Sul exportasse sem sobretaxas aduaneiras um certo número de produtos para os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial da África do Sul, a seguir à China.
Steenhuisen afirmou que "os acordos comerciais preferenciais [como a Lei do Crescimento e Oportunidade para África [AGOA, na sigla em inglês] contribuem significativamente para a economia" sul-africana, mas receia que a administração Trump possa pôr-lhe termo.
"A perda destes benefícios seria desastrosa para os agricultores, para os trabalhadores agrícolas e para a economia em geral", sublinhou o ministro da Agricultura.
Com uma taxa de desemprego de cerca de 32%, o crescimento económico e a criação de emprego são prioridades para o Governo de Ramaphosa.
Para além dos direitos aduaneiros, existem muitas fricções entre os dois países.
O presidente da África do Sul vai também tentar afirmar que as acusações de um alegado "genocídio" dos 'afrikaners' são "patentemente falsas", disse o porta-voz presidencial Vincent Magwenya.
O Presidente norte-americano critica a alegada perseguição dos 'afrikaners', os descendentes dos primeiros colonos europeus na ponta de África, bem como a queixa de genocídio contra Israel que a África do Sul apresentou ao Tribunal Internacional de Justiça.
Na semana passada, a administração Trump deu as boas-vindas a cerca de 50 'afrikaners', depois de ter afirmado que a minoria branca estava a ser ameaçada neste país predominantemente negro.
Espera-se também que o chefe de Estado sul-africano encoraje Trump a participar na cimeira do G20 em Joanesburgo, em novembro, que o Presidente dos EUA ameaçou boicotar.
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