Em comunicado, o Ministério do Interior disse que "mais de quatro milhões de comprimidos de Captagon estavam cuidadosamente escondidos dentro de equipamento industrial" destinado a exportação.
O Captagon é o nome comercial de um medicamento que começou por ser vendido no Ocidente com receita médica para ser usado como antidepressivo, mas foi, depois, proibido por ser demasiado viciante.
Conhecida como a "cocaína dos pobres", a droga foi, até há pouco tempo, uma das fontes de receita do autodenominado Estado Islâmico, pelo que também é chamada de "droga dos terroristas".
Os comprimidos foram apreendidos na cidade de Latakia, um bastião da minoria alauita, de onde é natural o ex-presidente sírio Bashar al-Assad, derrubado em dezembro passado.
O regime de Assad, que transformou a Síria num "narco-Estado", era conhecido por produzir Captagon, alegadamente para tratar a narcolepsia ou a perturbação de défice de atenção.
O Captagon tornou-se a principal exportação do país durante a guerra civil que se iniciou em 2011, constituindo uma importante fonte de financiamento ilícito do Governo.
Após a queda de Bashar al-Assad, a 08 de dezembro passado, as novas autoridades descobriram volumes consideráveis de Captagon em armazéns e antigas instalações militares.
O Ministério do Interior disse que os envolvidos nesta última operação foram detidos e que "o equipamento que continha a droga foi apreendido e os suspeitos levados à Justiça".
Na semana passada, as autoridades sírias anunciaram ter intercetado cerca de nove milhões de caixas de Captagon com destino à Turquia.
O lucrativo tráfico desta droga continua a prosperar na Síria, apesar dos esforços do novo Governo e de os países vizinhos intercetarem regularmente grandes quantidades de Captagon.
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