"Acabe já com bloqueio". Reino Unido suspende negociações com Israel

O Governo britânico anunciou hoje a suspensão de negociações sobre comércio com Israel e a convocação do embaixador israelita em Londres para mostrar desagrado com o bloqueio à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. 

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© Rasid Necati Aslim/Anadolu via Getty Images

Lusa
20/05/2025 15:46 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Numa declaração no Parlamento, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, acrescentou que será revista a cooperação bilateral futura e não excluiu mais medidas. 

 

"Existe um plano da ONU pronto para prestar ajuda em grande escala, necessário com medidas de mitigação contra o desvio da ajuda. Há humanitários corajosos prontos a fazer o trabalho. Há 9.000 camiões na fronteira. Primeiro-ministro [Benjamin] Netanyahu: acabe já com este bloqueio e deixe entrar a ajuda", declarou.

Lammy disse que "a conduta na guerra em Gaza está a prejudicar" a relação do Reino Unido com o governo de Netanyahu e a isolar Israel da comunidade internacional.   

"Não podemos ficar de braços cruzados perante esta nova deterioração. É incompatível com os princípios que estão na base da nossa relação bilateral", vincou o ministro.  

Lammy também anunciou a imposição de sanções britânicas a três indivíduos e quatro entidades envolvidas na violência de colonos judaicos contra comunidades palestinianas na Cisjordânia "com o apoio explícito deste governo israelita".

A decisão reforça uma série de intervenções do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, nos últimos dias em conjunto com outros países para pressionar as autoridades israelitas a deixar entrar mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza. 

Starmer voltou ao tema no Parlamento britânico, antes de uma declaração sobre a cimeira entre o Reino Unido e a UE, para denunciar que "o nível de sofrimento, com crianças inocentes a serem novamente bombardeadas, é absolutamente intolerável".

"O recente anúncio de que Israel vai permitir a entrada de uma 'quantidade básica de alimentos' em Gaza é total e absolutamente inadequado, pelo que temos de coordenar a nossa resposta, porque esta guerra já dura há demasiado tempo. Não podemos permitir que a população de Gaza passe fome", salientou. 

O Reino Unido tem estado sob pressão interna de ativistas e de partidos da oposição para suspender a venda de armas a Israel e implementar outro tipo de sanções. 

Em setembro passado, David Lammy anunciou a suspensão de cerca de 30 licenças de exportação de armas para Israel, num total de 350, invocando "o risco" de serem utilizadas em violação do direito internacional em Gaza, mas recusou incluir componentes para os caças F-35.

Numa cedência à pressão internacional, Netanyahu anunciou na segunda-feira que ia permitir o acesso à Faixa de Gaza de camiões de transporte de comida para bebés.

A ONU foi autorizada por Israel a levar "cerca de 100" camiões de ajuda humanitária para o território palestiniano de Gaza, confirmou o porta-voz do Gabinete de Assuntos Humanitários da organização, Jens Laerke.

Nenhuma ajuda humanitária foi autorizada a entrar no território palestiniano desde 02 de março, pelo que as agências da ONU e organizações não-governamentais (ONG) que trabalham em Gaza têm vindo a alertar, há várias semanas, para a escassez de alimentos, água potável, combustível e medicamentos no enclave, em guerra há mais de 19 meses.

O líder do Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Tom Fletcher, alertou, em declarações à BBC, que 14.000 bebés podem morrer nas próximas 48 horas em Gaza devido ao atraso na chegada de ajuda humanitária. 

Leia Também: Londres diz que cessar-fogo entre Índia e Paquistão é "muito bem-vindo"

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