Após detenções, Macau diz que jornalistas "não são exceção" à lei

O secretário para a Segurança de Macau sublinhou hoje que os jornalistas "não são exceção" ao dever de cumprir a lei, depois da detenção de duas repórteres no parlamento local em 17 de abril.

Notícia

© Lusa

Lusa
28/05/2025 06:45 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Macau

"Não é pela sua profissão que não precisa de cumprir o que está na lei", disse Wong Sio Chak, quando questionado por jornalistas sobre o incidente que envolveu o All About Macau, um jornal 'online', com uma versão mensal em papel.

 

"É importante, temos de cumprir a lei. Nenhuma profissão é exceção", acrescentou o dirigente, numa conferência de imprensa de balanço da criminalidade no primeiro trimestre do ano.

As duas jornalistas do All About Macau foram detidas pela polícia quando tentavam entrar no salão da Assembleia Legislativa para assistir à apresentação do programa político na área da Administração e Justiça para 2025.

"A polícia executa a lei de acordo com a lei. Durante a execução da lei, é monitorizada pelo órgão judicial, o Ministério Público" (MP), recordou Wong.

O secretário recusou-se a comentar diretamente o caso e sublinhou que o MP "está agora a proceder à investigação".

Em 17 de abril, a Polícia de Segurança Pública indicou que remeteu o caso para o MP.

Questionado pela Lusa, o Gabinete do Procurador do MP, Chan Tsz King, disse na terça-feira, numa resposta escrita, que não tinha qualquer "informação a divulgar neste momento" sobre o andamento do processo.

O presidente da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau, José Miguel Encarnação, disse à Lusa que o MP devia ter "ponderação na avaliação dos factos, por forma a que não haja consequências de maior".

A coordenadora para a Ásia do Comité para a Proteção dos Jornalistas, Beh Lih Yi, disse à Lusa que "as autoridades devem retirar quaisquer potenciais acusações contra as repórteres do All About Macau".

Wong Sio Chak defendeu, também hoje, que, além dos jornalistas, "todas as pessoas têm o dever de contar bem a história de Macau", citando o principal responsável do Partido Comunista Chinês para as duas regiões semiautónomas.

Em 12 de maio, o diretor do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, sob a tutela do Conselho de Estado, Xia Baolong, disse a empresários locais que deviam "contar a história de Hong Kong, Macau e China ao mundo".

Em declarações à Lusa, a Sociedade de Jornalistas e Profissionais da Comunicação Europeus na Ásia (JOCPA) afirmou que Portugal deveria ter feito "um gesto discreto ou uma expressão de preocupação" face à detenção destas jornalistas.

"Consideramos o silêncio de Portugal preocupante, dados os seus profundos laços históricos e culturais com Macau", lamentou o presidente da JOCPA, Josep Solano.

Macau, que esteve sob controlo português durante mais de 400 anos, passou em 1999 para a administração chinesa, sob um acordo que previa que a região deveria manter os direitos e liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de imprensa, durante os primeiros 50 anos.

Leia Também: EUA. Macau promete ajudar estudantes afetados em Harvard

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas