Para reforçar influência, China recebe enviados de países insulares

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, recebe hoje os homólogos dos países insulares do Pacífico Sul, numa altura em que Pequim procura reforçar a influência sobre a região.

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© Kevin Frayer/Getty Images

Lusa
28/05/2025 07:34 ‧ ontem por Lusa

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China

A reunião decorre na cidade de Xiamen, no sudeste chinês. É a primeira deste tipo a ser realizada presencialmente na China.

 

"A China valoriza muito os seus laços com os [países insulares do Pacífico] e espera que esta reunião ajude a impulsionar a implementação dos importantes entendimentos comuns alcançados entre os líderes das duas partes, a reforçar a solidariedade e a coordenação, a unir esforços para o desenvolvimento e a prosperidade e a galvanizar uma comunidade ainda mais próxima, com um futuro partilhado", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, na semana passada, ao anunciar o encontro.

As reuniões anteriores foram usadas para promover narrativas favoráveis à China, incluindo críticas à AUKUS, a parceria de segurança trilateral para o Indo-Pacífico entre a Austrália, o Reino Unido e os EUA.

Numa declaração após a reunião de 2021, Wang disse que a AUKUS vai "causar [uma] corrida ao armamento e pôr em risco a paz e a estabilidade regionais".

A mudança de lealdade diplomática das Ilhas Salomão de Taiwan para a China, em 2019, seguida de mudanças semelhantes em Kiribati (2019) e Nauru (2024), marcou a emergência de Pequim como um importante ator estratégico na região.

Em particular, a aproximação entre a China e as Ilhas Salomão gerou preocupações entre as potências dominantes da região, os Estados Unidos e a Austrália, sobre a crescente influência de Pequim. Os países aliados temem a abertura de uma base militar chinesa no país insular, ao abrigo de um pacto de segurança bilateral assinado em 2022.

Desde então, Washington e Camberra redobraram esforços para recuperar a influência na outrora esquecida região do Pacífico Sul.

Analistas esperam que Pequim celebre, esta semana, acordos que permitam o acesso da China aos domínios marítimos do Pacífico, a infraestrutura crítica e a recursos naturais.

É também possível que Pequim exerça pressões para afastar Taiwan do Fórum das Ilhas do Pacífico (PIF), um organismo regional composto por 16 nações insulares do Pacífico, a Austrália e a Nova Zelândia, que realizará a cimeira anual de líderes em Honiara, capital das Ilhas Salomão, ainda este ano.

As Ilhas Salomão, uma das nações mais favoráveis à China na região, têm sido um firme apoiante da política "Uma só China", vista por Pequim como garantia da sua soberania sobre Taiwan.

Historicamente, Taiwan tem participado no PIF como "parceiro de desenvolvimento", enquanto a China, juntamente com os EUA, detém um estatuto mais elevado como "parceiro de diálogo".

Entre os países representados na reunião em Xiamen estão as Ilhas Salomão, Kiribati, Nauru, Niuê, Tonga, Micronésia, Vanuatu, Papua-Nova Guiné, Ilhas Cook, Fiji e Samoa.

Ausentes estão Palau, Tuvalu e as Ilhas Marshall, os restantes três países insulares do Pacífico que mantêm relações diplomáticas com Taiwan.

Leia Também: Estados da ASEAN preocupados com taxas de Trump reunem-se com China e CCG

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