Reino Unido aumenta 10 vezes transferência de 'drones' para Kyiv

O Governo britânico anunciou hoje uma subida significativa do investimento no fornecimento de 'drones' à Ucrânia, prevendo aumentar dez vezes a transferência destes aparelhos para 100 mil este ano.

John Healey

© Getty Images/Ben Birchall/PA Images

Lusa
04/06/2025 18:10 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Trata-se de um investimento recorde de 350 milhões de libras (cerca 415 milhões de euros), segundo um comunicado da Defesa britânica, que indicou que esta iniciativa faz parte do pacote de apoio militar de Londres avaliado em 4,5 mil milhões de libras (5,344 mil milhões de euros) para este ano.

 

"Como as Forças Armadas ucranianas demonstram grande eficácia na utilização de 'drones' para se defenderem da invasão ilegal de [Presidente russo, Vladimir] Putin, o Reino Unido decidiu redobrar os seus esforços e aumentar os acordos com as empresas britânicas do setor, incluindo as pequenas e médias empresas", referiu o documento.

"As unidades ucranianas confirmaram que os 'drones' entregues pelo Reino Unido são úteis para estabilizar a linha da frente, interrompendo os ataques russos e ajudando a proteger as vidas ucranianas", justificou o Governo britânico.

O Governo salientou o impacto positivo na economia e no emprego no Reino Unido, no âmbito do "plano de mudança".

Além disso, anunciou que irá atribuir mais 247 milhões de libras (293 milhões de euros) à formação de soldados ucranianos em território britânico, no âmbito da "Operação Interflex", que possibilitou o treino de 55 mil recrutas até à data.

O secretário de Estado para a Defesa, John Healey, comentou que Londres "está a aumentar o seu apoio à Ucrânia com o envio de milhares de 'drones' adicionais ao longo do resto deste ano" e descreveu este contributo como um "importante ponto de viragem" no fornecimento de munições vitais.

"Estamos a aprender todos os dias no campo de batalha na Ucrânia, e esta situação levou as empresas britânicas a aproveitar esta oportunidade para desenvolver 'drones' mais avançados para proteger os civis ucranianos e reforçar a segurança nacional", acrescentou.

Na segunda-feira, o Reino Unido já tinha anunciado que vai construir até 12 submarinos de ataque nuclear e seis fábricas de munições. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, no âmbito do seu compromisso com o rearmamento face a ameaças como a russa.

Durante uma visita a Glasgow, na Escócia, o líder trabalhista detalhou a sua estratégia para tornar o Reino Unido numa nação "pronta para o combate" e equipada para as próximas décadas.

"A ameaça que enfrentamos hoje é mais séria, mais imediata e mais imprevisível do que em qualquer outro momento desde a Guerra Fria", declarou.

Starmer apontou a guerra em curso na Europa, novos riscos nucleares, ataques cibernéticos diários e a crescente ameaça russa nas águas e espaço aéreo do Reino Unido.

Entre as principais medidas anunciadas está a construção de até 12 submarinos nucleares equipados com armas convencionais, no âmbito da aliança militar AUKUS com os Estados Unidos e a Austrália, que irão substituir a atual frota até ao final da década de 2030.

Keir Starmer confirmou ainda que o Reino Unido vai gastar 15 mil milhões de libras (17,7 mil milhões de euros) no seu programa de ogivas nucleares.

Este anúncio faz parte do "fortalecimento da dissuasão nuclear como a garantia máxima de segurança" do seu país, justificou.

Ao mesmo tempo, anunciou a criação de seis novas fábricas de munições, que deverão gerar cerca de mil postos de trabalho.

No final de fevereiro, o primeiro-ministro britânico anunciou um aumento sem precedentes das despesas com a defesa desde o fim da Guerra Fria, passando de 2,3% para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2027, com a ambição de atingir os 3% na próxima legislatura.

"Quando somos diretamente ameaçados por Estados com forças militares avançadas, a forma mais eficaz de os dissuadir é estarmos preparados e, francamente, mostrar-lhes que estamos preparados para alcançar a paz pela força", argumentou.

No domingo, num artigo de opinião no tabloide The Sun, Starmer nomeou o Irão e a Coreia do Norte como países que representam uma ameaça, além da Rússia.

Londres pretende uma evolução das suas Forças Armadas integrando ainda mais avanços como os 'drones' e a Inteligência Artificial, e na semana passada anunciou a criação de um comando dedicado às capacidades cibernéticas, tanto defensivas como ofensivas.

A segurança europeia e o papel do Reino Unido na NATO estão no centro desta revisão da estratégia de defesa, reiterou Starmer, numa altura em que os Estados Unidos pressionam os seus aliados para investirem mais em defesa.

"A nossa política de defesa dará sempre prioridade à NATO", assegurou o chefe do Governo.

Leia Também: Negociar com a Ucrânia? Objetivo é "garantir vitória rápida" da Rússia

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