Na apresentação da sua candidatura a Belém, que decorreu em Fafe (distrito de Braga), Luís Marques Mendes apresentou-se com seis compromissos ao país, sendo o primeiro o de "unir Portugal", o segundo com a ética e o terceiro "com a estabilidade e a construção de pontes de entendimento".
"O Presidente da República tem de ser um construtor de pontes. Um construtor de pontes em favor da estabilidade e do progresso coletivo. É preciso evitar crises políticas. Não podemos passar o tempo em dissoluções e eleições antecipadas. Isso não é modo de vida", considerou.
O antigo líder do PSD entre 2005 e 2007 defende ser necessário "ultrapassar impasses e bloqueios" em áreas como a economia, a saúde, a justiça ou o combate à corrupção.
"Cabe ao Governo e aos partidos resolver esses impasses e bloqueios. Mas o Presidente da República tem de dar o seu contributo ativo: fazendo pontes, aproximando posições, buscando convergências, mediando consensos, estimulando entendimentos", afirmou.
Mendes invocou a sua experiência de líder partidário e da bancada do PSD em que firmou um acordo de regime na limitação dos mandatos autárquicos.
"Todos o tinham reclamado. Mas nunca ninguém antes o tinha feito. É esta atitude que quero reforçar como Presidente da República", vincou.
O quarto compromisso de Mendes será com "causas que requerem ambição".
"O Presidente não governa nem legisla. Mas também não é uma entidade simbólica. O PR deve ter causas e intervir ativamente na sua defesa", disse.
Entre estas, elegeu o combate à pobreza, a criação de riqueza, a justiça e o combate à corrupção, o apoio à imigração regulada e do incentivo à natalidade como "duas faces de um mesmo desafio", o combate à violência e a causa da segurança.
"Um país seguro é um grande ativo nacional. Para o garantir, não precisamos de estratégias securitárias. Mas precisamos de forças de segurança motivadas e de um debate sobre segurança informado e rigoroso", defendeu.
O compromisso na política externa e enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas foram os dois últimos elencados por Marques Mendes, salientando que Portugal não é "um país belicista", mas conhecido pelo seu papel de "diplomata no mundo".
"Quero ser um referencial de convergência: na dignificação das nossas Forças Armadas, símbolo da soberania e garante da independência nacional; no aprofundamento da sua profissionalização e no seu eficaz apetrechamento humano, técnico e tecnológico; na valorização das missões de paz que desenvolvem fora do país com inegável prestígio para Portugal; no acompanhamento ativo das mudanças geoestratégicas que o novo clima internacional vai potenciar", disse.
Em suma, resumiu, Portugal precisa de ambição, dizendo que o Presidente da República deve ter um papel "inspirador e gerador de esperança".
"No dia-a-dia ou em mensagens seletivas a enviar à Assembleia da República", definiu.
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