Após mancha de combustível no Tejo é importante "monitorização"

A mancha de poluição que ocorreu hoje no rio Tejo, ainda que causada por um poluente relativamente fácil de remover, pode afetar organismos como bivalves, sendo importante a monitorização constante, alertou uma especialista.

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Lusa
07/04/2025 19:14 ‧ há 4 horas por Lusa

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Oeiras

Marta Martins, professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, especialista em poluição da água e ecotoxicologia, e coordenadora do mestrado em Recursos Vivos Marinhos comentou à Agência Lusa os possíveis efeitos da mancha de poluição no rio Tejo causada por um derrame de 400 litros de combustível e que levou à interdição de algumas praias do concelho de Oeiras.

 

A Autoridade Marítima Nacional informou hoje que a mancha está a ser contida por elementos da Capitania do Porto de Lisboa e disse que esta foi causada por um derrame de cerca de 400 litros de combustível marítimo. A autarquia de Oeiras mandou encerrar as praias da Torre, Santo Amaro e Paço de Arcos.

Marta Martins explicou à Lusa que seria muito pior se o derrame fosse de crude (petróleo em bruto) e disse que para o combustível as medidas de retenção são mais eficazes, além de que o produto é mais fácil de remover e os efeitos, dependendo da composição, poderão desaparecer mais rapidamente.

Este tipo de contaminantes, com hidrocarbonetos, enxofre, azoto, eventualmente metais... fica mais à superfície da água, pode também passar para a atmosfera ou dissolver-se, explicou a responsável, alertando para uma possível contaminação nomeadamente de bivalves.

A professora exemplificou com os mexilhões ou ameijoas, afirmando que em caso de assimilação pelos bivalves o produto pode ter um efeito tóxico, ao nível reprodutivo, renal ou hepático, por exemplo, em caso de consumo por parte de pessoas.

"Importa estabelecer um plano de monitorização para verificar se os recursos aquáticos ficaram livres da poluição mesmo depois de tudo controlado", alertou a professora.

Marta Martins considerou também importante a interdição das praias, para evitar contacto direto com o contaminante, seja por absorção pela pele ou por inalação, o que pode provocar irritação na pele ou nos olhos, tosse, dores de cabeça, náuseas ou tonturas.

Dependendo do tipo de substancia derramada e das medidas para a conter, disse, a interdição pode demorar dias ou semanas.

"Encerrar as praias é muito importante", garantiu, advertindo que mesmo os compostos mais simples "demoram algum tempo até se degradarem no ambiente".

A especialista disse que há muitos fatores em causa, desde a temperatura ou as correntes, e reafirmou a importância da monitorização da qualidade da água e dos organismos aquáticos.

Leia Também: Praia da Torre, em Oeiras, interditada devido a derrame de crude

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