Ana Paula Martins, ministra da Saúde, falava na abertura do comício da AD - coligação PSD/CDS em Vila Real, num discurso em que se queixou de ter herdado um Serviço Nacional de Saúde (SNS) "à deriva".
Mas a ministra da Saúde procurou logo a seguir responder aos partidos que se referiram a dados sobre uma subida da mortalidade infantil em 2024, em Portugal, para criticar a ação do Governo.
"Hoje, de Vila Real, para todo o país, para todas as futuras mães, peço que não se deixem amedrontar, tenham confiança no trabalho que estamos a fazer, tenham confiança nos nossos profissionais de saúde e não se deixem enganar pelos arautos da desgraça que usam números da mortalidade de crianças para a chicana política", declarou.
Para Ana Paula Martins, "é preciso não ter respeito pelas grávidas e pelos profissionais de saúde para fazerem as afirmações que estão hoje a ser feitas", porque, na sua perspetiva, o seu Governo está a equipar os blocos de partos e a contratar recursos humanos.
De acordo com os dados da ministra, das 150 urgências, "três ou quatro ainda fechadas".
"Preocupa-nos, mas isso vai mudar. O Serviço Nacional de Saúde não vos vai falhar", prometeu.
Horas antes, o secretário-geral do PS tinha manifestado muita preocupação com o aumento da mortalidade infantil, acusando a ministra da Saúde de nunca assumir as suas responsabilidades nem ter soluções para o agravamento dos problemas no setor.
Na sua intervenção, a ministra da Saúde respondeu também ao ex-diretor executivo do SNS e atual cabeça de lista socialista pelo Porto, Fernando Araújo, que afirmou que o farol do primeiro-ministro "não está a funcionar" e "os barcos estão a encalhar".
Sem falar no antigo secretário de Estado socialista, Ana Paula Martins contrapôs que "os navios que hoje encalham não é por falta de farol, mas por falta de bússola, de carta de marear, por falta de marinheiros e por incapacidade de bem navegar".
Ana Paula Martins respondeu ainda a quem diz que ela, como cabeça de lista da AD por Vila Real, é paraquedista política por não ser transmontana.
"O meu compromisso com o distrito de Vila Real é para a vida, é inabalável. Posso ter vindo de paraquedas, mas já o guardei em parte incerta", concluiu.
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