O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, estava num palco de um comício em Lisboa a discursar, no domingo, quando dois ativistas lhe apareceram ao lado com um cartaz contra os combustíveis fósseis e atiraram pó verde. O liberal tirou o blazer, mas continuou a falar (pode ver ou rever o momento no vídeo no topo do texto).
"Esta é a casa da liberdade, onde todos direito a falar, mas nós também temos direito a falar e a ter as nossas escolhas. Esta é a casa da liberdade", disse, quando os dois ativistas foram retirados do palco.
Os jovens interromperam Rui Rocha precisamente numa altura em que contava à plateia a história de vida e frisava que tinha sempre crescido no trabalho por mérito e com reconhecimento pela "competência, rigor e integridade". Depois do protesto, recuperou a parte onde estava no discurso para afirmar que tinha crescido no seu trabalho "contra tudo e contra todos".
"E estes que aqui apareceram nem sequer são os mais pesados, tive muitas mais contrariedades na minha vida que venci", afirmou, perante o aplauso dos membros da IL.
Entretanto, a ação foi reivindicada pelos estudantes do movimento fim ao fóssil, precisamente o mesmo movimento que, na campanha para as últimas eleições legislativas, a 28 de fevereiro de 2024, tinham atingido o presidente do PSD, Luís Montenegro, com tinta verde na Feira Internacional de Lisboa (FIL).
IL vai apresentar queixa. Rui Rocha leiloará fato em vez de pedir indemnização
Quando o líder da IL terminou o discurso no espaço Lisboa ao Vivo (LAV), que fez com a cara e uma parte da camisa coberta por tinta verde, o partido revelou que vai apresentar queixa contra os dois jovens ativistas.
No entanto, ao contrário de Luís Montenegro, Rui Rocha não vai pedir qualquer indemnização, optando por leiloar o fato. O valor reverterá a favor da Associação Acreditar.
"Nada o justifica". Partidos condenam protesto
Entre os primeiros a reagir, o líder da AD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou solidariedade para com o líder da IL, considerando que o debate "nunca pode ser feito com violência".
O presidente do Chega, André Ventura, condenou o incidente, considerando que quem o fez prestou "um péssimo serviço à democracia".
O PAN teve a mesma opinião, com Inês Sousa Real a interpretar o protesto como um "desrespeito para quem está a trabalhar em prol da democracia".
À Esquerda, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, também condenou o ataque e lembrou que "a democracia é um confronto de ideias – apenas ideias".
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