"O PS está pronto para ser governo, eu estou preparado para liderar a Madeira", declarou Paulo Cafôfo, no seu discurso de apresentação da moção de estratégia global "Estabilidade e Compromisso", no XXII Congresso do PS regional, que decorre hoje e no domingo no Funchal.
O socialista salientou que vai liderar "com transparência, com ética e com as pessoas no centro das decisões", reconhecendo que "os tempos das maiorias absolutas acabaram e é necessário garantir estabilidade e governabilidade".
"Já se testou, à direita, várias soluções lideradas pelo PSD. Todas levaram à instabilidade e a instabilidade não acabará nunca com Miguel Albuquerque à frente do Governo Regional", defendeu, acrescentando que "está na hora de olhar para o outro prato da balança, de dar a oportunidade e se testar um governo liderado pelo Partido Socialista".
O presidente do PS/Madeira disse que "governar não pode ser distribuir favores, usar o governo como bolsa de negócios pessoais, facilitar só para os amigos ou comprar votos usando a fragilidade de quem pouco ou nada tem".
"Faremos compromissos político-partidários necessários para construir uma solução de governação que seja estável. [...] Excluímos por completo qualquer acordo com o PSD e com o Chega", realçou.
Paulo Cafôfo reforçou que não fará acordos com quem criou "este regime de negociatas e de promiscuidade entre o governo e interesses privados", nem, por outro lado, "com partidos de extrema-direita que pregam moralidade, mas não a praticam e são mandados constantemente por Lisboa".
O dirigente socialista referiu que a moção de estratégia global hoje discutida no Congresso é um guião para quando assumir o Governo Regional no arquipélago, que vai a votos em 23 de março, depois de o executivo minoritário do PSD, presidido por Miguel Albuquerque (PSD), ter sido derrubado com a aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega.
"Será o momento de decidir entre continuar no mesmo caminho, ou abrir as portas à mudança e à esperança. Eu acredito na mudança", vincou.
Cafôfo destacou como principais prioridades a saúde, a habitação e a educação, referindo também a necessidade de valorizar os agricultores e pescadores, assim como a administração pública.
Se for governo, prometeu, vai baixar o IVA e o IRS (impostos sobre o consumo e o rendimento singular) para o mínimo permitido pela Lei das Finanças Regionais e aumentar o complemento regional para idosos em 1.800 euros por ano, considerando que "não é favor nenhum, é retribuir àqueles que trabalharam uma vida inteira".
O XXII Congresso do PS/Madeira conta com a presença do secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, na sessão de encerramento.
A reunião magna dos socialistas madeirenses decorre depois das eleições internas do PS/Madeira, realizadas em 31 de janeiro, nas quais Paulo Cafôfo foi reeleito presidente da estrutura regional, num sufrágio em que foi o único a concorrer e obteve 98,3% dos votos.
Leia Também: Paulo Cafôfo reeleito presidente do PS Madeira com 98,3% dos votos