"O nosso compromisso é para que se reforcem as verbas para esta causa, que sejam maiores, para dar resposta às demandas regionais, seja no âmbito da saúde pública, da saúde pública veterinária - que é uma entidade que também existe - e do ambiente", declarou Sílvia Vasconcelos, a terceira candidata na lista da CDU (PCP/PEV), atualmente sem eleitos no parlamento do arquipélago.
A candidatura visitou o centro de recolha do Vasco Gil, na freguesia de Santo António, nos arredores da cidade do Funchal, numa iniciativa "sobre uma cultura do cuidado aos animais".
A também veterinária considerou que, "lamentavelmente, e não obstante todo o esforço que tem sido feito, todo o progresso que tem sido feito, a verdade é que tudo ainda está muito aquém da plenitude" desejável no arquipélago ao nível do bem-estar animal.
"Esta não é uma matéria fofinha para nós, não é uma matéria eleitoralista. É uma matéria séria que nós temos defendido não só no âmbito das eleições, mas é uma matéria séria que põe em causa não só as questões éticas e morais inerentes ao bem-estar animal, mas também põe em causa a comunidade e todo o ambiente regional", afirmou.
Sílvia Vasconcelos referiu haver "muitos municípios e muitas associações que se empenham de forma admirável para cuidar dos animais, para retirá-los das ruas, para esterilizá-los", mas apesar desse esforço, "não têm tanta capacidade de resposta porque há poucas verbas ainda".
A candidata comunista também defendeu serem necessários mais centros de recolha animal intermunicipais, uma proposta que o PCP já apresentou na Assembleia Legislativa da Madeira e que "foi declinada", existindo apenas um destes equipamentos em toda a região.
"Tudo isto que ainda não vigora tem de configurar uma preocupação com a saúde dos animais, com a saúde pública da comunidade em geral e com a segurança pública também", sustentou.
Sílvia Vasconcelos salientou também que a iniciativa da campanha surge no seguimento de propostas que foram apresentadas em legislativas anteriores -- primeiro, indicou, foram chumbadas pelo PSD e, depois, "rebuscadas para plagiar".
"Hoje nós vamos reafirmar que temos esta matéria como compromisso, sempre fez parte da nossa iniciativa política", sublinhou, adiantando que o objetivo é reforçar as iniciativas da CDU que foram entretanto aprovadas e estão em vigor, recuperar as propostas que foram chumbadas e apresentar outras novas.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem em 23 de março, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
Leia Também: JPP quer atualização de valores pagos por internamento de doentes mentais