AD desce nas intenções de voto após crise, mas Chega tem a maior queda

Antes do estalar da crise política, a AD concentrava 35,6% das intenções de voto, percentagem que desceu para 33,5%.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Notícias ao Minuto
09/03/2025 22:23 ‧ há 8 horas por Notícias ao Minuto

Política

Sondagens

A Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) sofreu uma queda de mais de dois pontos percentuais nas intenções de voto após o início da crise política motivada pela empresa familiar do primeiro-ministro, Luís Montenegro. As conclusões são de duas sondagens da Pitagórica para a TVI/CNN, TSF e Jornal de Notícias, que indicam, ainda assim, que o Chega foi o partido com a maior queda.

 

A primeira sondagem foi realizada entre 23 e 27 de fevereiro (semana 1), antes de serem conhecidas as avenças pagas à Spinumvia, e a segunda entre 3 e 6 de março (semana 2), já após a votação da moção de censura apresentada pelo Partido Comunista Português (PCP).

Segundo a sondagem de voto direto com distribuição de indecisos, na semana 1 a AD concentrava 35,6% das intenções de voto, percentagem que desceu para 33,5% na semana 2 - ou seja, menos 2,1 pontos percentuais (pp).

Em contrapartida, o Partido Socialista (PS) e a Iniciativa Liberal (IL) subiram ambos 1,6 pp. O PS passou de 27,2% para 28,8% e a IL de 5,1% para 6,7%.

A maior queda (-3,9 pp) vai para o partido Chega, que desceu de 17,4% na semana 1 para 13,5% na semana 2, continuando, ainda assim, a afirmar-se como a terceira força política.

Também a CDU (que junta o PCP e Os Verdes) caiu nas intenções de voto, passando de 3,6% para 3%. O Bloco de Esquerda (BE), por sua vez, teve um aumento de 1,4 pp, passando de 1,5% para 2,9%.

Segue-se o Livre com 2,7% das intenções de voto na semana 2 (menos 2,1 pp do que na semana 1) e o PAN com 1,9% (mais 0,4 do que os 1,5% da semana 1).

Na sondagem, foi também pedido aos inquiridos que avaliassem a atuação do primeiro-ministro, Luís Montenegro, do líder da oposição, Pedro Nuno Santos, e do líder do Chega, André Ventura.

No total, as avaliações negativas de Montenegro aumentaram 8 pp, uma vez que na semana 1 eram 38% e na semana 2 passaram a ser 46%. Também Pedro Nuno Santos e Ventura viram as suas avaliações negativas subir ligeiramente (um e dois pp, respetivamente).

Recorde-se que o Parlamento debate na próxima terça-feira às 15h00 uma moção de confiança apresentada pelo Governo minoritário PSD/CDS-PP, que tem chumbo anunciado, já que PS e Chega não a viabilizarão.

A rejeição de um voto de confiança implica a demissão do Governo. O Presidente da República, face a este cenário, já antecipou que as datas possíveis para realizar legislativas antecipadas o mais breve possível são 11 ou 18 de maio.

A atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que passou esta semana apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.

Depois de mais de duas semanas de notícias - incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva - de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou a 5 de março a apresentação de uma moção de confiança.

Leia Também: Rangel com "esperança" em abstenção do PS. "Se não quer instabilidade..."

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