Numa ação de campanha dedicada às denominadas "altas problemáticas", o partido juntou apoiantes em frente ao Hospital dos Marmeleiros, no Funchal, para abordar "um assunto muito grave" na região, onde existem cerca de 240 pacientes "com altas e que não saem, não vão para casa, por várias razões", disse o candidato do partido ADN à agência Lusa.
De acordo com o Miguel Pita, em causa estão "problemas sociais e familiares que têm que ser resolvidos", já que "estas pessoas, muitas delas idosas, estão abandonadas, literalmente, em corredores", numa situação em que a sua "dignidade está comprometida" em termos de privacidade, alimentação e higiene.
O candidato alertou para a necessidade de criar soluções para a situação, registada sobretudo no Hospital dos Marmeleiros, onde arrancou hoje a campanha eleitoral oficial do partido, numa iniciativa em que foi orador o número dois da lista, João Abreu.
Miguel Pita explicou que a solução para estes casos passará por identificar "caso a caso o porquê de aquelas pessoas não terem ido para casa e, se houver necessidade de apoio às famílias, tentar ver como é se pode fazer para que estas pessoas possam regressar a casa".
Caso tal não seja possível, sugeriu, há "uma prisão que está encerrada há vários anos, que podia ser adaptada para receber estas pessoas, assim como, por exemplo, escolas que, devido à falta de natalidade nos últimos anos, tiveram que encerrar".
"Isto é que o ADN defende", vincou o cabeça de lista, sublinhando a importância de estas pessoas "terem o seu espaço e cuidados de geriatria".
Em comunicado, o partido alertou também hoje para a gradual "extinção do Sistema Regional de Saúde", aludindo à falta de medicamentos ou aos tempos de espera para consultas e urgências.
Porém, o foco do primeiro dia de campanha foi para a sobrelotação dos hospitais e o abandono dos pacientes, refere a nota, em que o partido propõe a criação de uma urgência geriátrica e a transformação do património do Estado em centros de dia ou comunidades seniores.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem em 23 de março com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive Albuquerque -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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