A candidata Sara Jardim, responsável pela denúncia, considera que o chefe do executivo regional, Miguel Albuquerque, apresenta um "cortejo de infrações" ao dever de imparcialidade e neutralidade na sua conta pessoal numa rede social.
"Devia ter sensibilidade no que concerne à sua postura de imparcialidade de membro do governo, cuja posição ainda exerce e que sabe perfeitamente, a partir do momento em que são anunciadas as eleições, que deveria manter-se isento desse tipo de contaminações", sublinhou.
Sara Jardim, quarta na lista da Iniciativa Liberal, foi hoje a porta-voz da candidatura numa ação de campanha junto a um estabelecimento de saúde privado, no Funchal, na qual o cabeça de lista, Gonçalo Maia Camelo, não participou.
De acordo com a candidata, a Comissão Nacional de Eleições deu razão à queixa referente a duas publicações na conta pessoal de Miguel Albuquerque numa rede social e remeteu o processo para o Ministério Público.
"Acho que começamos a ter um vislumbre de que efetivamente isto não é tudo do doutor Miguel Albuquerque e que há alguma imparcialidade que tem de ser tida em conta neste tipo de processos", sublinhou.
Em relação à visita ao estabelecimento particular de saúde, Sara Jardim explicou que a IL defende que a região deve utilizar toda a capacidade do setor para resolver problemas como, por exemplo, o das listas de espera para atos médicos.
"Somos da opinião de que, se existe capacidade instalada em termos da saúde, temos de utilizá-la, independentemente de provir do setor público, privado ou social", explicou, considerando que os convénios devem abranger todas as especialidades e valências e não apenas algumas, como ocorre atualmente.
"Temos de perceber o porquê de nuns exames ser possível fazê-los no privado e não haver qualquer pagamento e noutros já não ser", alertou.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive Albuquerque -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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