"A falta de seriedade do Governo da AD não tem limites. Este Governo em plena campanha, em plena campanha eleitoral, usa dinheiro público e recursos públicos para fazer campanha. O espetáculo que nós hoje estamos a assistir em São Bento é inaceitável", afirmou Pedro Nuno Santos, durante um almoço-comício, em Ponta Delgada, nos Açores, na pré-campanha para as eleições de dia 18.
O líder socialista referia-se ao evento "São Bento em família", que resultou do adiamento, devido à morte do Papa Francisco, dos momentos celebrativos do 25 de Abril previstos para a residência oficial do primeiro-ministro.
Pedro Nuno Santos criticou a postura de Luís Montenegro, que esteve a "cantar com Tony Carreira", e considerou que a AD não tem respeito pelo 25 de Abril.
O secretário-geral do PS comparou o nome daquele evento com o programa televisivo "Conversas em Família", de Marcelo Caetano, emitido durante o Estado Novo.
"Temos um Governo que não é sério e não tem pudor na forma como se relaciona com o povo", reforçou.
O socialista considerou que existem vários exemplos da "falta de seriedade" do Governo, como o anúncio da redução do IRS no início da legislatura ou a alteração às tabelas de retenção daquele imposto.
Pedro Nuno Santos voltou a classificar Luís Montenegro como o "principal fator de instabilidade política" devido aos casos que "envolvem pessoalmente" o primeiro-ministro.
"Se acontecesse uma vitória de Luís Montenegro, coisa que não vai acontecer, continuaríamos a viver numa situação de instabilidade política e ao mínimo aperto aquilo que faria foi o que fez, ao atirar o país para eleições", sublinhou.
O secretário-geral do PS enalteceu o papel dos idosos e das mulheres e destacou a importância de "governar para todos", realçando que o partido pretende "reduzir impostos para todas as famílias e não para uma minoria".
"Queremos concentrar o esforço fiscal na redução do IVA para os bens alimentares para zero. Para zero", insistiu.
A propósito da visita aos Açores, Pedro Nuno Santos defendeu a revisão da Lei de Finanças Regionais e das Obrigações de Serviço Público e a criação de uma estratégia para combater as dependências.
"Queremos definir a política do mar com os Açores e os açorianos", acrescentou.
Já Francisco César, líder do PS/Açores e cabeça de lista no arquipélago, garantiu que os deputados socialistas não se vão desviar do interesse regional e apelou ao voto útil "sem rodeios".
"O Livre, o BE, o PAN e a CDU, sabemos todos, estão muito longe de poder eleger um deputado nos Açores. Votar no PS nos Açores e não nesses partidos é o voto que vale. É o voto que pode fazer diferença. É um único voto que pode impedir a eleição do Chega", avisou.
Nas eleições de março de 2024, a coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu no círculo eleitoral dos Açores, com 39,84% dos votos dos 106.273 eleitores, elegendo dois deputados, seguindo-se o PS, com 29,18% e dois deputados, e o Chega com 15,76% dos votos, com um deputado (Miguel Arruda, que passou a independente por suspeita do furto de malas em aeroportos).
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