Numa sessão dedicada à mobilidade na estação fluvial do Terreiro do Paço, Paulo Raimundo defendeu mais investimento em mobilidade e recordou a criação do passe único de transportes nas áreas metropolitanas do Porto e Lisboa, em 2019, no tempo da chamada 'geringonça', numa medida exigida pelos comunistas junto do Governo liderado pelo PS.
Para o secretário-geral do PCP, esse passe intermodal foi "uma medida fundamental", com impacto na defesa do ambiente e na retirada de automóveis das estradas e que "fez uma coisa ainda mais espetacular", ao retirar "um peso financeiro das famílias".
"Ora, não há defesa do ambiente contra a vida das pessoas. O ambiente defende-se com a vida das pessoas. Dando condições às pessoas, nós teremos um exército maior para defender o ambiente", disse, discursando na sessão, em que, com a exceção de Paulo Raimundo, apenas falaram membros do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), que integra a Coligação Democrática Unitária (CDU).
O líder comunista vincou que a criação do passe intermodal foi "uma batalha durante 20 anos", em que muitos diziam que "não havia condições financeiras" para a aguentar.
Agora, Paulo Raimundo propõe que essa medida seja replicada pelo resto do país.
"Nós não precisamos que levem 20 anos para impor em todo o país. Queremos mais força para impor o mais rapidamente possível [a medida] em todo o país", disse, considerando que o alargamento da medida terá de ser acompanhado de investimento em infraestruturas e transportes públicos.
Ao longo do discurso, Paulo Raimundo defendeu o regresso do PEV ao Parlamento e, sem fazer referência a outros partidos, considerou que aquele parceiro da CDU olha para o ambiente não como "uma peça", mas como "uma matéria transversal que precisa de respostas transversais para responder às necessidades de hoje".
"Não é possível [...] que se trate de questões ambientais como se fosse uma coisa única e lá em cima. As questões ambientais, a defesa da natureza, o combate contra as alterações climáticas, fazem-se no concreto, no dia-a-dia, em todas as frentes", disse, considerando as propostas nos transportes e mobilidade um sinal "dessa transversalidade".
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