A eurodeputada do Bloco de Esquerda Catarina Martins analisou, na noite de segunda-feira, no espaço de comentário semanal que partilha com Cecília Meireles, do CDS, na SIC Notícias, a indignação de Luís Montenegro perante algumas perguntas dos jornalistas, feitas durante a campanha eleitoral.
"Acho muito grave que o primeiro-ministro se incomode desta forma com perguntas dos jornalistas. Na verdade, os jornalistas não fizeram mais do que o seu trabalho. Há uma série de questões que nunca explicou. Aliás, fomos para eleições porque o primeiro-ministro não quis dar respostas sobre a Spinumviva e durante a campanha foram saindo novos dados. É normal que os jornalistas durante o seu trabalho façam perguntas e às vezes as perguntas incomodam. É mesmo assim. O que é preciso é que os dirigentes políticos e candidatos a primeiro-ministro respeitem a democracia e respeitem os jornalistas. As perguntas que incomodam é normal que sejam feitas em campanha eleitoral. Mal era se isso não acontecesse", notou.
Para Catarina Martins, este tem sido, inclusive, um 'padrão' da AD. "Nós temos visto a AD muito focada em não falar nada do que conta. Nem explica o caso que levou a esta situação de estarmos em eleições antecipadas, nem explica quais são as suas propostas para resolver os problemas do país", realçou, nomeando uma situação em particular, que a deixou "chocada".
"Fiquei chocada com as declarações da ministra da Saúde que diz que o aumento da mortalidade infantil se deve à sua própria política, sem a ouvir dizer o que é que fará a seguir. Acho que as declarações da ministra foram claramente precipitadas e irresponsáveis", disse a bloquista.
Recorde-se que Luís Montenegro irritou-se ontem, durante uma ação de campanha em Espinho, com uma pergunta dos jornalistas sobre a empresa da família.
"O senhor não tem mais nenhuma pergunta para fazer todos os dias? A RTP está empenhadíssima...", criticou, antes de ser avisado de que a pergunta tinha sido feita por um jornalista da SIC.
Para o líder da AD, o "essencial" desta segunda semana de campanha eleitoral é que os eleitores "tomem uma decisão sobre o seu futuro" e deem "condições de governabilidade e de estabilidade" ao Governo. O resto são "manobras para tentar distrair os portugueses de uma avaliação serena".
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