Raimundo ouviu uma jovem que emigrou e pediu-lhe para não desistir

O secretário-geral do PCP ouviu hoje em Mem Martins, Sintra, o lamento de uma jovem que emigrou e que disse que não tinha razões para voltar, com Paulo Raimundo a pedir-lhe para não desistir do país.

Notícia

© Reprodução Facebook/PCP - Partido Comunista Português

Lusa
13/05/2025 18:03 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

Legislativas

Pelas ruas de Mem Martins, Paulo Raimundo encontrou Sara Chaves, que assistia, curiosa, à passagem da ação de campanha da CDU, junto à porta de um prédio.

 

Depois de receber um jornal de campanha da CDU, a jovem de 34 anos contou ao secretário-geral do PCP que emigrou para Inglaterra há 11 anos, num caminho que acha que não terá retorno: "Não tenho razões para isso. Não voltei, nem vou voltar".

Na resposta, Paulo Raimundo disse-lhe que também ele tinha amigos que fizeram o mesmo, mas que lhe custava "um bocadinho ouvir isso".

"Aliás, custa mais para si sentir do que para mim ouvir", acrescentou.

Para Sara Chaves, o que mais a irrita na condição de emigrante, é ver que são dadas "mais regalias aos que vêm de fora do que aos portugueses que foram embora e querem voltar", admitindo que gostaria de regressar.

Depois de Paulo Raimundo lhe pedir "um exemplo", para perceber melhor a que se referia, a jovem apontou para o caso dos nómadas digitais que vinham para o país com incentivos "bem superiores aos portugueses".

"De que vale estar aqui?", perguntou, com o líder comunista a ironizar que talvez mais valeria à jovem mudar de nacionalidade "e depois voltar a Portugal com uma nacionalidade diferente".

"Foi o que eu disse", respondeu Sara Chaves.

Na despedida, Paulo Raimundo pediu-lhe apenas um compromisso.

"A gente não pode desistir do nosso país. Eu percebo, mas se a gente desistir do nosso país é o fim", afirmou o secretário-geral do PCP, com a jovem a dizer, com pouca confiança, que ia tentar.

No final de uma arruada em que ouviu palavras de força e ainda deu uns pezinhos de dança junto a uma cabeleireira ao som da gaita de foles que animava a caravana, Paulo Raimundo, no discurso, voltou àquela interação com a jovem emigrante.

Abordando os jovens que saem à procura de uma vida melhor, o líder comunista defendeu que se tem de acabar com esse fenómeno.

"Nós precisamos que os jovens que cá nasçam, cá cresçam, cá vivam, cá estudem e cá trabalhem com toda a sua força, com toda a sua garra, com toda a sua energia, com a sua criatividade e com o seu conhecimento", disse, considerando que, para isso, é preciso assegurar estabilidade laboral e melhores salários, acesso à habitação e uma rede pública de creches, entre outras propostas.

"Eu queria dizer, em nome desta coligação, que nós não desistimos do país. O país tem futuro, precisa dos jovens, precisa daqueles que cá trabalham, precisa daqueles que trabalharam uma vida inteira para responder a esse grande signo que temos, que é construir um Portugal melhor", sublinhou.

Além de falar dos jovens, Paulo Raimundo falou ainda dos reformados e da necessidade de um aumento extraordinário das pensões, aproveitando o momento para atirar uma farpa a Luís Montenegro, líder da AD, e ao seu jogo de voleibol na Praia de Espinho, durante a campanha.

"Essa gente [os reformados] tem a cara marcada pela vida. Não é pelas horas que passou na praia e que tem direito a passar na praia. Não é com as pernas marcadas por esta ou por aquela corrida, por este ou por aquele jogo de vólei na praia. Não é isso. É a cara e o corpo marcado pelo trabalho. Essa gente que trabalhou uma vida inteira tem direito à dignidade", disse.

Leia Também: Raimundo pede agora sobressalto às mulheres, após ter pedido aos jovens

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas