O ex-ministro da Cultura Pedro Adão e Silva considera que a política portuguesa tem um "problema de fundo" que impede a estabilidade política e vai levar à "repetição sucessiva de eleições".
"Temos um Parlamento particularmente fragmentado, tivemos eleições há um ano, tudo indica que os resultados eleitorais não serão muito distintos e, aparentemente, a capacidade de diálogo entre os partidos é próxima do nulo e há uma diabolização dos entendimentos. É sintomático de uma crise de maturidade do nosso sistema, de uma vontade de não reconduzir o sistema político português à sua natureza parlamentar. Os partidos negociarem, dialogarem e encontrarem compromissos, que implicam sempre cedências de parte a parte, é o natural, não é mexerico", defendeu, no espaço de comentário da CNN Portugal, Adão e Silva.
Apesar de condenar a "diabolização" de um possível acordo pós-eleitoral entre a AD e a Iniciativa Liberal, Adão e Silva admite que, "do ponto de vista substantivo e programático", um eventual entendimento entre estes dois partidos "é uma coisa negativa para o país", acentuando o "padrão de desigualdades".
"Outra coisa é diabolizarmos a ideia de partidos que têm força eleitoral de se entenderem. Precisamos mesmo de virar esta página. O pais está amarrado a uma discussão bastante estéril e inconsequente", afirmou o ex-ministro.
As eleições legislativas estão marcadas para 18 de maio.
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