Em declarações à agência Lusa, no final de uma ação de contactos com a população no centro da cidade de Viana do Castelo, Rui Fonseca e Castro, declarou que o partido "não se deixa intimidar".
"Não temos medo. A razão está do nosso lado. Não apenas a razão moral, como a razão legal, jurídica está do nosso lado. Não é o senhor engenheiro Carlos Moedas [presidente da Câmara de Lisboa] que nos intimida. Somos capazes de muitos sacrifícios para salvar o nosso país. Amanhã [sexta-feira] vamos estar no local, com toda a civilidade e urbanidade", afirmou o líder do Ergue-te.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa opôs-se ao pedido de manifestação do partido Ergue-te para sexta-feira para a praça do Martim Moniz, no encerramento da campanha eleitoral, com base no parecer da PSP.
Carlos Moedas baseou-se no parecer do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa e determinou "objetar a realização da manifestação e comício comunicados pelo partido Ergue-te", tendo em conta o "risco real e fundado de perturbação da ordem pública".
O autarca considera também que a manifestação é uma "afronta à dignidade de comunidades residentes em Lisboa e ameaça à convivência democrática", segundo o despacho a que a Lusa teve acesso.
Rui Fonseca e Castro argumentou que o pedido que deu entrada na autarquia refere a realização de uma "ação de campanha eleitoral na área da praça Martim Moniz, compreendendo uma arruada pelas vias pedestres e artérias adjacentes terminando na praça, com lugar a discursos".
"Não é uma manifestação, é uma arruada, uma ação de campanha que, inacreditavelmente, foi proibida. Nós iremos lá estar. Temos o direito. Sou presidente de um partido que está a concorrer a estas eleições, estou em plena campanha eleitoral, tenho o direito de exercer a minha liberdade político-partidária onde quer que eu entenda desde que não ofenda regras como o código penal e, os direitos individuais de cada um", argumentou.
Segundo Rui Fonseca e Castro, o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa "emitiu um parecer onde diz que se não houver porco no espeto, porque o problema central parece ser esse, não haveria problema", na realização da "ação de encerramento" da campanha para as eleições legislativas de domingo.
"O senhor engenheiro ignorou essa parte. Disse que proibia simplesmente. Vamos ver para onde pende, amanhã [sexta-feira] a avaliação da polícia. Se pende para o bom senso ou se pende para a repressão de um partido político. Seria a primeira vez em 51 anos de democracia", observou.
Para o líder do Ergue-te, a mensagem que Carlos Moedas "está a transmitir à população é que aquele lugar [praça Martim Moniz] já não é um lugar de Portugal, já não é dos portugueses".
"Os portugueses já não são lá bem-vindos porque se mostrarmos que somos portugueses naquele local somos objeto da mais básica e boçal repressão do regime, neste caso, através da Câmara Municipal de Lisboa e com a polícia a cumprir as respetivas ordens", disse, negando que o partido seja violento.
Leia Também: Moedas avisa que "em democracia há regras" após crítica do Ergue-te