Num discurso de cerca de 40 minutos, e apesar de satisfeito por ter aumentado a representação parlamentar, Rui Tavares disse que a noite de domingo foi agridoce devido à vitória da direita e crescimento da extrema-direita e derrota da esquerda.
Dizendo que o Livre será uma oposição "muito forte e vigorosa" à direita, Rui Tavares referiu que Portugal está a viver o momento mais difícil desde o 25 de Abril na defesa da Constituição e dos direitos.
"Muitos dos direitos que conquistamos estão em risco", considerou.
Num ataque à direita, tal como aconteceu em toda a campanha eleitoral, Rui Tavares alertou para uma revisão da Constituição que obrigará a oposição a ser firme.
O dirigente do Livre referiu que Luís Montenegro, que venceu as eleições legislativas de domingo, terá uma "liderança frágil" porque, além de não ter conseguido uma maioria absoluta, não esclareceu "as confusões" à volta da empresa da sua família, a Spinumviva.
"Ninguém pode garantir que não surjam nos próximos dias novas informações e novidades sobre a empresa", atirou.
Relativamente ao crescimento do Chega, o porta-voz do Livre, que criticou a atenção "desproporcionada" que é dada àquele partido, garantiu que, a partir de agora, a sua próxima missão é esvaziar o Chega e ir a todos os cantos do país explicar às pessoas que o partido liderado por André Ventura não é de confiança.
Mas, antes de esvaziar a esquerda, Rui Tavares quer ultrapassar a Iniciativa Liberal (IL), algo que ambicionava já nestas eleições, mas não conseguiu.
"Não estamos assim tão longe, não perdem pela demora", frisou.
Rui Tavares insistiu que o Livre quer ser um partido charneira, quer ser a "luz da esperança" à esquerda.
Por isso, o porta-voz sublinhou que começará já na segunda-feira a reviravolta para "voltar a virar" o país à esquerda.
No final do discurso, e já com deputados e apoiantes no palco, Rui Tavares pediu para gritarem "vamos vencer".
"Isto vai ter de mudar. Que raio, o nosso país pode ter melhor", concluiu.
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