O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, anunciou que vão apresentar um "projeto de revisão constitucional" para Portugal ter uma "sociedade mais aberta", diminuindo do "papel central" do Estado na economia.
"Traremos para a discussão a nossa visão de sociedade, a criação de uma oportunidade de futuro para todos numa Constituição que traz mais liberdade e que tem menos pendor ideológico. Espero apresentar o nosso projeto para uma sociedade economicamente mais autónoma. Quero contar com todos os votos que se revejam nela. Já, em legislaturas anteriores o fizemos. Entendemos que não deve ser um ajuste de contas com a história, mas também não deve ser um condicionamento para as gerações futuras", revelou Rui Rocha, no Palácio de Belém, depois do encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Apesar de contar com "todos os votos que se revejam" na proposta da IL, Rui Rocha considera que o Chega "será mais um defensor da visão estatizante".
"Não tenho receio de nada. Os portugueses manifestaram-se, deram um determinado peso eleitoral aos diferentes partidos. Os portugueses pronunciaram-se. Cada partido deve, a partir de agora, assumir as suas responsabilidades. Com responsabilidade, viabilizaremos as medidas que nos parecerem adequadas. Entendo que os outros devam fazer o mesmo. A nossa forma de respeitar os votos dos portugueses é sermos fiéis ao nosso programa", afirmou o líder da IL.
O liberal garantiu também não ter tido "nenhuma reunião com a AD" após as eleições e que o partido "assumirá as suas responsabilidades" na Assembleia da República.
"A IL, tendo recebido a confiança de 330 mil portugueses, assumirá as suas responsabilidades, representando os que entendem que o Estado está sentado em demasiadas mesas e que os portugueses querem mais confiança para o fazerem com liberdade. Assumimos essa responsabilidade e continuaremos a ser o único partido que confia na sociedade civil e iniciativa privada", afirmou.
Questionado sobre o sentido de voto à moção de rejeição do PCP, Rui Rocha considerou que se trata de "um disparate" quando "não temos sequer um Governo".
"É absolutamente extemporâneo apresentar uma moção num sentido negativo, quer estar a pronunciar-me sobre ela. É um disparate. A IL, depois de conhecer o programa do Governo, vai pronunciar-se. Não vou dar valor a isso", rematou Rui Rocha.
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