"Nunca excluí, mas isso não significa que a notícia seja Mariana Vieira da Silva não exclui. Estou disponível a ajudar o PS das mais diversas formas a encontrar um caminho que seja de união", disse, esta noite, em entrevista à SIC Notícias a cabeça de lista do PS por Lisboa nas últimas eleições.
Referindo que tem dito sempre que está "disponível a ajudar o PS a voltar a merecer a confiança dos portugueses", Mariana Vieira da Silva referiu que se têm "ouvido vários dirigentes do PS a apontar para a profunda reflexão" depois da pesada derrota de domingo.
"Para essa profunda reflexão, o PS precisa de tempo e para isso estes primeiros dias serem marcados pela pressa não é útil", afirmou, considerando que é preciso um "processo alargado de discussão interna dentro do partido e de identificação de quem é que se considera ser a pessoa mais capaz de fazer o duro trabalho que o PS tem pela frente".
Na opinião da ex-ministra dos governos de António Costa, não se pode "considerar que só porque alguém já estava a pensar candidatar-se ao próximo congresso do PS tem um direito reforçado ou prioritário de ser líder do PS".
Questionada sobre se estava a falar sobre José Luís Carneiro, a deputada do PS considerou que o ex-ministro "tem o direito de se candidatar" e que respeita e até agradece essa mesma disponibilidade, mas enfatizou que o "PS precisa de refletir e saber que mais pessoas estão disponíveis".
José Luís Carneiro? Não há "direito reforçado ou prioritário"
"Nós temos que ter consciência da dimensão da derrota e da reflexão que nós temos que fazer sobre ela e esta ideia de que isso é compatível com que, agora, cada um se apresentar autonomamente e esperar que dai decorra um processo de união do PS, a mim não me parece que seja assim", disse, sem mencionar qualquer candidato, mas respondendo o facto de José Luís Carneiro está a ser assumido como principal candidato a líder do PS.
“Passaram 48 horas de um resultado de uma dimensão tal que ninguém estava preparado para ela, e não podemos considerar que só porque alguém já estava a pensar candidatar-se tem um direito reforçado ou prioritário de ser líder do Partido Socialista”, acrescentou.
Para Mariana Vieira da Silva, "isto não é uma critica a quem já avançou", mas sim é a defesa da ideia de que quem "quiser estar disponível para liderar o PS deve fazer um trabalho junto de todas as sensibilidades do partido para procurar um caminho".
"Percebo a urgência, mas não havendo eleições em breve devemos ponderar, ouvir-nos uns aos outros, dialogar e é para esse trabalho que eu estou disponível", sublinhou.
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