Os votos não convertidos em mandatos representam, nestas eleições legislativas, para já – uma vez que falta apurar os dois círculos da diáspora -, 9,76% do total de votos válidos, ou seja, 567.930 pessoas, revela o projeto 'omeuvoto.com'.
Números estes que representam uma descida face às eleições anteriores, nas quais o total foi sempre superior a 700 mil pessoas, mas que continuam acima da média histórica, que ronda os 9,2%.
De acordo com a análise do projeto – criado por Luís Humberto Teixeira, mestre em Política Comparada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS – UL) e Carlos Afonso, CEO da Impulsys – o círculo de Portalegre voltou a ter o maior peso percentual de votos não convertidos em mandatos (40%), devido ao facto de eleger apenas dois deputados.
Na página do projeto o eleitor pode ver se o seu voto serviu para eleger alguém ou não e assinar uma petição caso concorde que a lei eleitoral deve ser alterada "por uma maior conversão dos votos em mandatos".
O projeto inclui também uma análise aos votos não convertidos no que respeita aos partidos sem representação parlamentar e conclui não só que "há forças como o PTP, MPT, Nós Cidadãos, PPM e Partido Liberal Social" que tiveram "menos votos do que o número de assinaturas necessárias para legalizar um partido em Portugal", como que o ADN teve 78.914 votos, "quase quatro vezes superior à do Juntos pelo Povo (JPP), que se vai estrear na Assembleia da República em virtude da concentração dos seus votos no círculo da Madeira".
Situação esta que levanta, segundo Carlos Afonso e Luís Teixeira uma questão: “De que serve estar inscrito na lei o princípio da igualdade de voto se depois, na prática, acontecem situações de desequilíbrio flagrante como estas?”
Recorde-se que a AD ganhou as eleições Legislativas de domingo, elegendo 86 deputados. O PS e o Chega estão, para já, num empate técnico com 58 deputados cada.
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