O (ainda e) recandidato à liderança da bancada parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), Hugo Soares, sugeriu, esta terça-feira, que foi a bancada do Chega a inviabilizar a eleição de Diogo Pacheco de Amorim para vice-presidente da Assembleia da República, eleição esta que falhou por um voto.
Em entrevista à CNN Portugal, Hugo Soares referiu que acreditava que a bancada do PSD terá votado de acordo com a ordem do partido, que era a de aprovar todos os nomes que foram propostos.
Feitas as contas (por Hugo Soares), esta falha na eleição de Pacheco de Amorim é "fácil de analisar".
"Diogo Pacheco de Amorim já tinha sido candidato e não tinha sido eleito porque uma maioria de Esquerda não tinha aprovado Diogo Pacheco de Amorim. Há um ano, Diogo Pacheco de Amorim foi eleito vice-presidente da Assembleia da República. O mesmo deputado foi eleito com os votos do PSD, com os votos da nossa bancada", começou por recordar, defendendo depois a razão pela qual desta vez o resultado pode não ter sido o mesmo.
"Ora, se hoje isso não aconteceu… estou absolutamente convencido de que os deputados do PSD cumpriram o que foi pedido pela liderança do grupo parlamentar", afirmou, dizendo que deu a indicação à bancada não só para "facilitar", como para "votar mesmo."
E confrontando sobre as palavras do líder do Chega, que após os resultados da mesa serem conhecidos fez acusações de "traição", Hugo Soares respondeu: "Pois. De onde? Esse é o grande ponto. Não quero criar casos à volta disto, não é caso para isso. Mas houve um grupo parlamentar hoje, que pela boca do seu grupo parlamentar, que se levantou e disse: 'Estamos aqui para repetir a eleição agora'", afirmou, referindo-se a si próprio.
"Quem não quis repetir a eleição hoje foi André Ventura, porque entendeu que devia ouvir primeiro o seu grupo parlamentar [...]. Não foi por força de violação de violação de nenhum acordo, nem do PSD não cumprir já o que em 2022 tinha feito, que Pacheco de Amorim não foi eleito", atirou.
As 'questões' com a eleição dos 'vices' mostraram-se distintas da eleição do presidente da Assembleia da República, que ficou hoje decidido, por 202 votos, que seria José Pedro Aguiar-Branco.
Aguiar-Branco quebrou o seu recorde, tendo tido também a segunda maior votação para este cargo, apenas atrás dos 204 votos obtidos por Jaime Gama, do Partido Socialista, em 2009.
Para além dos 202 votos a favor, foram ainda contabilizados na sessão desta tarde 25 votos em branco e três nulos, numa eleição em que participaram os 230 deputados em funções.
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