Em entrevista à Antena 1, que será difundida hoje, o também líder parlamentar do PSD criticou a forma como o almirante na reserva admitiu dar posse a um governo liderado por André Ventura, na sua prestação na TVI/CNN na segunda-feira à noite.
"Estas coisas não se tratam assim. É mesmo preciso ter lastro político. A forma como se equacionam cenários é que me parece de pouca experiência política ou de nenhuma experiência política", disse, comentando a entrevista de Gouveia e Melo na TVI/CNN.
Hugo Soares alertou mesmo que Gouveia e Melo no cargo de Presidente da República é "um risco grande", rejeitando por outro lado que a sua candidatura esteja a dividir o eleitorado do PSD e do candidato Luís Marques Mendes.
"Acho que a candidatura de Gouveia e Melo está a fraturar o eleitorado do Chega e está a fraturar o partido Chega, porque está à rasca, ainda não percebeu se apoia Gouveia e Melo ou não. E Gouveia e Melo também está à rasca, porque ainda não sabemos se quer o apoio do Chega ou não", acusou.
O secretário-geral social-democrata voltou a alertar para« "a falta de conhecimento que o país tem do pensamento político do almirante Gouveia e Melo", criticando que o candidato presidencial seja tratado pela sua patente na Marinha portuguesa.
Após admitir que lhe faz confusão a designação de almirante para classificar o candidato a Belém, Hugo Soares concluiu: "Não me parece saudável que alguém que tenha exercido funções ao mais alto nível na esfera militar, possa sair da esfera militar para ser candidato presidencial, não acho uma coisa saudável para a democracia".
Na entrevista, Hugo Soares previu uma legislatura mais tranquila, alegando que o PS "parece ter uma liderança muito mais moderada" e, por outro lado, André Ventura "quer vestir a pele de mais moderado e mais responsável" e aparecer como portador de "maior maturidade política".
Leia Também: Pacheco de Amorim 'fora'? Hugo Soares sugere que "traição" foi do Chega