"A estratégia de investimento em energias renováveis, complementadas com tecnologias flexíveis como a bombagem hídrica, baterias e centrais a gás, assim como a forte redução da produção a carvão permitiu aumentar o peso de renováveis na produção de eletricidade da EDP a um forte ritmo face a 74% em 2022 e 87% em 2023, com um contributo decisivo para a transição energética", explica a elétrica em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Já na atividade de comercialização, no mercado ibérico, o volume de eletricidade comercializado diminuiu 9% em termos homólogos "refletindo principalmente a diminuição dos volumes vendidos a clientes empresarias. No gás, os volumes vendidos diminuíram 10% em relação ao período homólogo", de acordo com os dados operacionais relativos a 2024.
A empresa liderada por Miguel Stilwell d'Andrade detalha ainda que na distribuição de energia em Portugal e Espanha, a eletricidade distribuída aumentou 2% e o número de clientes ligados à rede cresceu 1%, em termos homólogos.
No Brasil, a eletricidade distribuída cresceu 7% devido às elevadas temperaturas e ao aumento, também de 1%, no número de clientes ligados à rede face a 2023.
Em 2024, a EDP adicionou 4 Gigawatts (GW) de capacidade eólica e solar, dos quais 3,8 GW através da EDP Renováveis, o braço para as renováveis do grupo. O restante é referente ao solar distribuído na Europa e no Brasil.
No total, a empresa atingiu uma capacidade instalada de 19,9 GW em dezembro de 2024, o que representa um aumento de 18% ou de 3 GW face ao período homólogo, quase duplicando a atual capacidade solar.
Estes valores já têm em conta as quatro transações de ativos concretizadas ao longo do ano passado: duas na América do Norte, nomeadamente um portefólio solar nos EUA e um projeto eólico no Canadá, e duas na Europa, com a transação de um portefólio eólico na Itália e outro na Polónia.
Olhando para os dados da produção, a eólica e solar aumentaram 6% para 37 TWh, ligeiramente acima da expectativa, uma evolução "suportada pelo aumento de 89% da produção solar face ao período homólogo, em resultado do forte crescimento da capacidade instalada, principalmente na América do Norte", destaca a elétrica.
A produção hídrica no mercado Ibérico aumentou 20% face ao período homólogo para 11,8 TWh, "2,2 TWh acima do esperado para o ano e 0,6 TWh abaixo do esperado para o trimestre".
Por sua vez, a produção térmica baixou 61% - com quedas de 92% no carvão e de 37% no gás -, apesar do aumento no quarto trimestre da produção de gás no mercado ibérico devido aos menores volumes hídricos.
"Nos últimos três anos, o peso da térmica no total da produção diminuiu significativamente de 26% em 2022 e 13% em 2023 para 5% em 2024, resultado da venda de 80% da central a carvão do Pecém no Brasil e da nova parceria de 50/50 na termoelétrica de Aboño em Espanha".
A EDP informa ainda que a dívida líquida foi "positivamente impactada pela evolução favorável dos recebíveis regulatórios em Portugal no quarto trimestre, incluindo o impacto positivo da venda de 900 milhões de euros de défice e desvio tarifário em dezembro de 2024, evolução positiva do fundo de maneio, nomeadamente no segmento de clientes e gestão de energia, e a celebração de um contrato de compra e venda de uma linha de transmissão de eletricidade no Brasil no final de dezembro".
[Notícia atualizada às 19h16]
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