Em comunicado, o STPT diz terem sido apresentadas pela Comissão Executiva "quatro alternativas para atualização salarial e pecuniária": aumento de 0,3% no salário e de 0,60 euros no subsídio de refeição; aumento de um euro no subsídio de refeição; 0,6% de aumento salarial; ou 12 euros para todos.
"Tais propostas continuam muito longe de compensar o aumento da inflação prevista pelo Banco de Portugal de 2,6% para 2025", sustenta o sindicato, reclamando ser "de relevante importância esclarecimentos da CEO [presidente executiva] da Comissão Executiva Dr.ª Ana Figueiredo com a maior brevidade".
Embora admita que "a transformação tecnológica, a redução de preços e a concorrência estão a criar dificuldades às empresas do setor em toda a Europa", tendo "levado a uma forte redução de postos de trabalho nos operadores de telecomunicações", o SPTP entende que "a situação económica atual na Altice Portugal não justifica tamanha contração nas propostas apresentadas".
"A Comissão Executiva tem de optar e ter em conta a necessária motivação dos trabalhadores", defende a estrutura sindical, garantindo que "não deixará de utilizar os mecanismos da negociação ao seu alcance para tornar possível a subscrição dos resultados da negociação para 2025".
Na quinta-feira, vários sindicatos representativos dos trabalhadores da Altice disseram que não iam avançar com negociações com a empresa, recusando a proposta do grupo para as atualizações salariais deste ano.
De acordo com um comunicado, assinado por oito sindicatos, as estruturas "fizeram uma análise sobre a contraproposta da empresa de 0,2%, que consideraram vergonhosa e mesmo provocatória, não respondendo às necessidades dos trabalhadores e que não valoriza os salários e as carreiras de quem trabalha".
Para os sindicatos, "a política de baixos salários que é uma prática da Altice/Meo, aliada ao agravamento do custo de vida, tem mantido a maior parte dos trabalhadores numa situação cada vez mais difícil".
Por isso, indicaram, "para que seja possível uma negociação séria, é necessário um aumento salarial digno desse nome, que recupere o poder de compra e responda à inflação prevista".
Numa reunião, esta segunda-feira, os sindicatos criticaram "a vergonhosa contraproposta", questionando "se a empresa tinha uma nova proposta de alteração que vá ao encontro das expectativas dos trabalhadores, porque a atual é inqualificável".
De acordo com os sindicatos, a empresa informou que tinha "entre 10 e 12 milhões de euros, mas não era para todos, tendo apresentado 4 propostas em que a melhor seria 12 euros para todos os trabalhadores", sendo que "esta proposta vale 1,5 milhões de euros".
Depois de avaliarem a proposta, os oito sindicatos "concluíram que não têm condições para prosseguir as negociações, dada a manifesta insuficiência da proposta da Meo, uma vez que não responde minimamente às necessidades dos trabalhadores" e solicitam a presença da presidente executiva do grupo, Ana Figueiredo, na próxima reunião.
O comunicado foi assinado pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (Sinttav), Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), o Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (Sindetelco), Sindicato das Comunicações de Portugal (Sicomp), Sindicato Nacional dos Quadros das Telecomunicações (TENSIQ), Federação dos Engenheiros (FE) e Sindicato de Quadros das Comunicações (Sinquadros).
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