Presidente do Eurogrupo saúda alívio comercial entre EUA e China

O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, disse hoje que o acordo entre EUA e China para suspender direitos aduaneiros por 90 dias "é bem-vindo", mas admitiu incerteza no comércio global e impacto económico das tarifas norte-americanas.

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Lusa
12/05/2025 14:52 ‧ há 4 horas por Lusa

Economia

Paschal Donohoe

 

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"Reconhecemos que a incerteza em relação ao comércio global está a ter um impacto nas perspetivas económicas de muitas economias e, nesse sentido, as indicações de progresso entre a América e a China são bem-vindas", disse Paschal Donohoe.

Falando na chegada à reunião dos ministros das Finanças da moeda única, o presidente do Eurogrupo saudou esta pausa entre Washington e Pequim, mas admitiu que, no que toca à União Europeia (UE) "o trabalho continuará" no sentido de evitar a imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos, dado existir uma "relação comercial que vale milhares de milhões de euros todos os dias".

"Apesar de tudo, o nosso desempenho económico [da zona euro] continua a ser muito sólido. Neste momento, está atrasado em relação a outras partes do mundo, mas estamos na linha da frente de muitas das forças de incerteza e as nossas economias continuam a ter um desempenho forte", realçou ainda Paschal Donohoe.

As declarações surgem antes de, na próxima sexta-feira, a Comissão Europeia divulgar as suas previsões económicas de primavera.

As projeções macroeconómicas do executivo comunitário devem ser influenciadas pelas políticas protecionistas dos Estados Unidos devido à imposição de tarifas elevadas à UE, o que tem desencadeado tensões comerciais, instabilidade nos mercados financeiros e receios de desaceleração económica e inflação persistente.

Na passada quinta-feira, a Comissão Europeia propôs uma lista de bens industriais e agrícolas dos Estados Unidos, num valor de 95 mil milhões de euros, para taxar caso as negociações com Washington não resultem, preparando ainda um litígio na Organização Mundial do Comércio.

Este é um momento de tensões comerciais, após os anúncios de Donald Trump de imposição de taxas de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e de 20% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas, entretanto, suspensas por 90 dias.

A suspensão acalmou os mercados, que chegaram a registar graves perdas, e foi saudada e secundada pela UE, que suspendeu, durante o mesmo período e até meados de julho, as tarifas de 25% a produtos norte-americanos em resposta às aplicadas pelos Estados Unidos ao aço e alumínio europeus.

A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial da UE, tem optado pela prudência e essa cautela é apoiada por países como Portugal.

Bruxelas quer, nesta pausa de 90 dias, conseguir negociar com Washington, tendo já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.

Atualmente, 379 mil milhões de euros em exportações da UE para os Estados Unidos, o equivalente a 70% do total, estão sujeitos às novas tarifas (incluindo as suspensas temporariamente) desde que a nova administração dos Estados Unidos tomou posse.

Cálculos da Comissão Europeia dão conta de que os novos direitos aduaneiros norte-americanos podem implicar perdas de 0,8% a 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA até 2027, sendo esta percentagem de 0,2% do PIB no caso da UE.

No pior cenário, isto é, se os direitos aduaneiros forem permanentes ou se houver outras contramedidas, as consequências económicas serão mais negativas, de até 3,1% a 3,3% para os Estados Unidos e de 0,5% a 0,6% para a UE.

Em termos globais, o executivo comunitário estima uma perda de 1,2% no PIB mundial e uma queda de 7,7% no comércio mundial em três anos.

Leia Também: Rússia rejeita trégua de 30 dias exigida pela Ucrânia e líderes europeus

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