A taxa de juro diretora vai manter-se em 2,5%, 10 pontos base acima da última atualização da taxa diretora do Banco Central Europeu (BCE).
Ou seja, "agora, o diferencial de algumas taxas está positivo, favorável a Cabo Verde", notou Óscar Santos, governador do BCV, em conferência de imprensa.
"A última que estava negativa foi completamente fechada. Portanto, espera-se que esse incentivo à aplicação de fundos [pelos bancos] no exterior se reduza ou se elimine e que haja mais entrada de moeda estrangeira em Cabo Verde, em defesa do regime cambial", acrescentou.
"Nós temos um espaço em termos de reservas [de moeda estrangeira] de seis meses de importação", referiu o governador, conferindo uma margem confortável para gestão monetária.
Segundo anunciado hoje pelo BCV, a taxa de juro diretora (TRM) mantém-se em 2,5%, a taxa de facilidade permanente de cedência de Liquidez (FPC) fica em 2,75%, a taxa de redesconto mantém-se em 3,5%, o coeficiente das Reservas Mínimas de Caixa (DMC) continua em 10% e a taxa de facilidade permanente de absorção de liquidez (FPA) sobe de 1,95% para 2,25%.
Segundo o BCV, a decisão de manutenção das taxas reflete o contexto incerto e volátil que o mundo atravessa e que se reflete em oscilações de preços de recursos e matérias-primas.
O cenário levou o banco central cabo-verdiano a rever, também hoje, em baixa as previsões de crescimento económico para o país e a reclassificar em alta as perspetivas de inflação.
As previsões de crescimento encolheram para em 5,5% (2025) e 5% (2026) - eram de 5,6% e 5,3%, respetivamente, em novembro.
As perspetivas de inflação média para 2025 e 2026 "foram revistas em alta para 1,8% e 1,4%, respetivamente", acima dos 0,8% que, em novembro, se previam para ambos os anos.
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