Tem dúvidas sobre preservativos e medo de perguntar? Fizemo-lo por si

Preservativos com ou sem látex, ultrafinos, retardantes, com texturas, cheiros e sabores. Escolha não falta. Mas será que sabe tudo sobre este método contracetivo? A propósito do Dia Internacional do Preservativo, que se assinala esta quinta-feira, 13 de fevereiro, o Lifestyle ao Minuto esteve à conversa com o sexólogo Fernando Mesquita e o urologista Luís Figueiredo.

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Ana Rita Rebelo
13/02/2025 07:39 ‧ há 5 horas por Ana Rita Rebelo

Lifestyle

Dia Internacional do Preservativo

O cenário é desolador. Os mais recentes relatórios anuais sobre infeções sexualmente transmissíveis (ISTs), divulgados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, apontam para um aumento dos casos de gonorreia (31%) e sífilis (13%) em 2023 face ao ano anterior. Um dos maiores problemas identificado por especialistas, em declarações ao Lifestyle ao Minuto, é a diminuição do uso de métodos contracetivos, nos quais se inclui o preservativo.

 

Para o sexólogo Fernando Mesquita, "este fenómeno deve-se essencialmente à falta de educação sexual, à confiança excessiva noutros métodos contracetivos - como é o caso da pílula - que protegem de uma gravidez, mas não de ISTs [como o vírus da imunodeficiência humana, a gonorreia, a clamídia e o papilomavírus humano], e à falta de investimento em publicidade para alertar sobre os riscos do sexo desprotegido".

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"A diminuição do uso de preservativos, associada à falsa sensação de segurança proporcionada por tratamentos eficazes para algumas ISTs, contribui para este aumento", considera também Luís Figueiredo, urologista do grupo Trofa Saúde, defensor de uma maior aposta em ações de sensibilização e educação sexual nas escolas. "São fundamentais para reverter esta tendência."

Notícias ao Minuto Urologista Luís Figueiredo, no grupo Trofa Saúde, o sexólogo Fernando Mesquita© Trofa Saúde/Fernando Mesquita

O médico lembra que "o preservativo deve ser utilizado em todas as relações sexuais", quer sejam vaginais, anais ou orais.  "É o único método que protege em simultâneo das infeções sexualmente transmissíveis e gravidezes não planeadas", acrescenta o sexólogo Fernando Mesquita, assegurando que, "quando usado corretamente, o preservativo tem uma eficácia aproximada dos 98%".

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O prazer sexual diminui?

"Algumas pessoas relatam uma menor sensibilidade ao usar preservativo, mas isso pode ser minimizado escolhendo modelos ultrafinos ou com texturas. Aliás, muitas vezes, essa perceção está mais relacionada com fatores psicológicos do que com uma real diminuição da sensação física", diz o urologista Luís Figueiredo.

Frisa ainda que "não é verdade que o preservativo se rompa com frequência, desde que seja bem usado". Pelo contrário, "o risco aumenta se for armazenado inadequadamente, usado além da validade ou exposto a substâncias que o fragilizam, como óleos e cremes".

"Comparativamente ao preservativo masculino, o feminino tem a vantagem de não depender de uma ereção do homem e de poder ser colocado antes do início da relação sexual, evitando a interrupção", faz notar o sexólogo Fernando Mesquita. Além disso, "também permite uma maior autonomia da mulher na proteção sexual". A principal desvantagem é, nas palavras do próprio, ser "mais difícil de encontrar e algumas mulheres relatarem desconforto nas primeiras utilizações".

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Como é que se coloca? Preservativo na sanita?

Os preservativos devem ser armazenados em locais frescos e secos, longe do calor excessivo e da luz solar direta. Se costuma guardá-los na carteira por longos períodos de tempo, saiba o leitor que o atrito e o calor podem danificá-los. 

Antes da relação sexual, deve verificar a validade do preservativo e se a embalagem está intacta, abrindo-a com cuidado, evitando o toque com unhas ou objetos cortantes. O preservativo masculino deve ser desenrolado na ponta do pénis em ereção. Aperte a extremidade para retirar o ar e desenrolá-lo até à base do pénis. Após a ejaculação, deve ser retirado suavemente, segurando a base, descartado no lixo e nunca na sanita. 

Já o preservativo feminino introduz-se na vagina antes da relação sexual. A mulher deve escolher uma posição confortável - deitada, sentada, em pé com uma perna apoiada ou agachada - e apertar com os dedos o anel interno (menor e fechado), formando um '8', empurrando-o com o dedo indicador para dentro da vagina até atingir o colo do útero. O anel externo (maior e aberto) deve ficar do lado de fora da vagina. O pénis deve entrar dentro do preservativo feminino e não entre este e a parede vaginal. Após a relação sexual, para evitar que o conteúdo vaze, deve torcer-se levemente o anel externo e puxar cuidadosamente para fora. 

Cinco mitos descontruídos

1- "Os preservativos reduzem drasticamente o prazer": existem opções ultrafinas que praticamente não alteram a sensação;

2- "O preservativo rompe sempre": quando é bem utilizado, o preservativo é altamente resistente;

3- "Não é preciso preservativo no sexo oral": algumas ISTs, como herpes, sífilis e gonorreia, transmitem-se dessa forma. O preservativo deve ser sempre usado quando existe contacto entre fluidos e mucosas, em qualquer tipo atividade sexual, incluindo a partilha de brinquedos sexuais e, claro está, o sexo oral;

4- "Duas camadas protegem mais": pelo contrário, o uso de dois preservativos pode aumentar o risco de rutura devido ao atrito;

5- "O preservativo diminui a sensibilidade": nestes casos, o ideal é optar por modelos ultrafinos ou com texturas.

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