O exercício, que decorreu entre as 05:00 e as 07:00 horas locais (21:00 e 23:00 de quarta-feira, em Lisboa), visou "melhorar a eficácia global das operações de combate defensivo e avaliar os procedimentos de resposta e de envolvimento das unidades de defesa aérea", afirmou, em comunicado, o Comando da Força Aérea de Taiwan.
"O Comando da Força Aérea sublinhou que, em resposta às mudanças nas ameaças inimigas, continuará a melhorar a resiliência defensiva através de vários exercícios de treino com cenários de combate realistas, para enfrentar possíveis ameaças e desafios, garantindo a segurança das operações de defesa aérea", lê-se no comunicado oficial.
De acordo com a agência de notícias estatal CNA, este exercício é realizado trimestralmente e envolve a utilização de caças F-16V, Mirage-2000 e IDF, bem como aviões de transporte C-130H Hercules, helicópteros de ataque AH-64E Apache e outras unidades de defesa aérea.
Durante este treino, o Comando de Operações das Forças Conjuntas simula vários ataques simultâneos a "posições-chave" e, ao receber as ordens apropriadas, os três ramos das forças mobilizam-se imediatamente, "integrando capacidades de defesa aérea e de guerra eletrónica para conduzir operações conjuntas de defesa aérea", segundo a CNA.
Esta operação ocorreu apenas dois dias antes de o líder de Taiwan, William Lai, iniciar uma digressão pelas ilhas do Pacífico que mantêm relações diplomáticas com Taiwan - Ilhas Marshall, Tuvalu e Palau - num esforço para "reforçar" os laços com estes países, face à crescente pressão diplomática da China.
Na semana passada, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Tien Chung-kwang, recusou-se a confirmar se a delegação fará alguma paragem técnica nos territórios norte-americanos de Guam ou do Havai, o que poderia perturbar as relações sempre delicadas entre Pequim e Washington e aumentar a tensão no Estreito de Taiwan.
A China já advertiu que as eventuais visitas de Lai a estes territórios seriam "basicamente uma tentativa de se apoiar em forças externas para procurar a independência de Taiwan", tendo instado os Estados Unidos a "respeitar o princípio de 'uma só China'" e a "não enviar sinais errados às 'forças independentistas' de Taiwan".
A viagem ao estrangeiro, a primeira desde que Lai assumiu o cargo em 20 de maio, ocorre numa altura de renovadas tensões entre Taipé e Pequim, que considera a ilha autónoma uma parte inalienável do seu território.
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