"Discutimos a estratégia mexicana face ao fenómeno migratório", anunciou a Presidente mexicana, numa publicação na conta oficial no X.
Sheinbaum adiantou ainda que transmitiu a Donald Trump que "as caravanas [de migrantes] não chegam à fronteira norte porque são assistidas no México".
"Falámos também sobre o reforço da colaboração em matéria de segurança e sobre a campanha que estamos a realizar no país para prevenir o consumo de fentanil", acrescentou a Presidente.
O fentanil é uma droga sintética "aproximadamente 100 vezes mais potente do que a morfina e 50 vezes mais potente do que a heroína", segundo a Agência Anti-Droga dos EUA (DEA).
Segundo Washington, o fentanil, muitas vezes produzido no México com compostos químicos, nomeadamente provenientes da China, causa mais de 70 mil mortes por 'overdose' todos os anos em solo americano.
O presidente eleito republicano, Donald Trump, confirmou na segunda-feira a sua intenção de "impor taxas alfandegárias de 25% sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos" no México e no Canadá, a partir de 20 de janeiro, dia da sua posse.
"Este imposto permanecerá em vigor até que as drogas, especialmente o fentanil, e todos os imigrantes ilegais travem esta invasão do nosso país", acrescentou.
Numa carta enviada ao seu futuro homólogo americano, Sheinbaum realçou que "não é através de ameaças ou tarifas alfandegárias que se vai impedir o fenómeno da imigração, nem o consumo de drogas nos Estados Unidos".
A Presidente mexicana ameaçou, por sua vez, aumentar as tarifas alfandegárias mexicanas sobre os produtos americanos, lamentando que esta guerra comercial ameaçasse a competitividade, a inflação e o emprego na América do Norte.
"Tenho a certeza de que haverá um acordo com os Estados Unidos e o presidente Trump", detalhou a chefe de Estado, quando questionada numa conferência de imprensa em que leu a sua carta ao futuro presidente norte-americano.
O ministro da Economia do México, Marcelo Ebrard, considerou hoje que os Estados Unidos estariam a "dar um tiro no pé" com o aumento de 25% das tarifas alfandegárias sobre as exportações mexicanas.
"O impacto nas empresas seria enorme", afirmou à comunicação social, estimando que a medida colocaria em causa 400 mil empregos nos Estados Unidos.
O México, com 83% das suas exportações destinadas aos Estados Unidos, é membro do Acordo de Livre Comércio da América do Norte com os Estados Unidos e o Canadá (NAFTA).
Várias empresas automóveis americanas estão sediadas no México.
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